Este blog surgiu da necessidade de combater a letargia em que os cidadões de Olhão, a exemplo do que se passa no País, estavam a viver. Inicialmente, tratava-se de denunciar aquelas coisas que o cidadão comum sentia estarem mal: a limpeza das ruas, o estacionamento, os esgotos para a Ria. Foram sendo colocadas questões e a Câmara foi-se furtando às explicações. Mais, fazendo da arrogância, da prepotência, a sua arma resolveu aprovar um POLIS à sua maneira e que culminou com a CDU a recorrer ao Tribunal Administrativo de Loulé.
À medida que o tempo se foi passando fomos sendo colocados perante novas questões, novas denúncias, por pessoas que, directa ou indirectamente, se sentiam lesadas pela autarquia. O tom das criticas foi subindo na proporção da arrogância e da prepotência da autarquia.
O projecto Colina Verde é útil a Olhão e não estamos contra o projecto. Estamos, sim, contra a falta de cumprimento das regras. Aparentemente, nós estaríamos errados mas o tempo foi-se encarregando de nos dar razão e, de facto, as regras não tinham sido cumpridas. A parte dos terrenos onde estão as edificações não tinha sido desafectado da Reserva Agrícola. O prédio na Fuzeta, a casa 176 na Armona são outros exemplos.
Toda esta lenga lenga vem a propósito dos comentários que são feitos neste blog. Salvo raras excepções e por uma linguagem obscena optou-se por se publicarem todos os comentários, alguns deles com os quais nós próprios não concordamos. Entendemos que não devíamos fazer uso do "lápis azul", como na ditadura. Sabemos que há pessoas que se sentem melindradas com que aqui tem sido dito. Quem não deve, não teme. Se se sentem de consciência tranquila não há o que temer. Mas há coisas que surgem nos comentários, há denúncias de situações muito graves que partem de pessoas muito próximas dos visados, provavelmente algumas delas que até "comeram do mesmo prato". Devemos nós, Olhão Livre, cortas essas denúncias? Ou quem se sente atingido deve procurar esclarecer as situações?
Uma questão que nos tem sido posta com frequência é a da falta de alternativas. Considerando o PS um partido democrático (não o PS de José Socrates com esta governação), acreditamos que hajam socialistas que não se revejam quer em José Socrates quer em Franscisco Leal. O PSD, tanto a nível local como a nível nacional não passa de uma muleta do PS e os militantes e simpatizantes do PSD ainda não encontraram fora de combater a inércia e o oportunismo que grassa no partido. A repartição de lugares e de benesses dadas por José Socrates à elite nacional do PSD e por Francisco Leal à elite local é demasiado evidente para que os social-democratas sérios se queiram ver conspurcados. Por seu turno, a CDU perdeu alguma capacidade de mobilização e de agitação. Porém, se os descontentes do PS, do PSD e a CDU procurarem unir esforços, o regabofe estará seriamente ameaçado.
Ontem, Manuel Alegre, na entrevista na RTP1, não podia dizer que José Socrates tinha uma prática de direita e que o PS, com esta governação, que estava à direita do PSD. Ele é um histórico do PS (dos poucos que restam) e por uma questão sentimental não pode deixar o PS mas apela a uma união dos democratas como alternativa ao Poder instalado. É um exemplo em que os socialistas devem meditar seriamente.