Ontem à noite reuniu a concelhia do PS da qual resultou a demissão do presidente da dita estrutura partidária que abandona o partido no que foi acompanhado por outros socialistas descontentes com o rumo que o seu partido, e muito especialmente no que diz respeito a Olhão, tem vindo a tomar. Tudo em resultado das listas para as autárquicas que se vão realizar daqui a escassos quatro meses.
No Algarve, com o bater de porta do agora ex-presidente da concelhia, são já três estruturas que se opõem à direcção nacional socialista, onde predomina o ditador mor daquele partido.
Para se perceber melhor o que vem acontecendo com os socialistas de Olhão, será necessário recuar um pouco no tempo. Assim, numa reunião da concelhia realizada no Auditório da Praceta Agadir, o presidente de câmara, António Pina, entendeu que não estava obrigado a prestar informações e ainda menos contas da sua actividade política ao partido que o elegeu, razão mais que suficiente para que a concelhia lhe tivesse retirado a confiança política, fazendo-o cair. Depois disso, noutra reunião do mesmo órgão, Pina questionou as relações do presidente da concelhia com os autores do Olhão Livre, pormenor que vai surgir mais à frente.
Um mês e meio antes da reunião da concelhia que abriu as hostilidades, já o Pina havia enviado para a sede nacional o rol dos putativos candidatos aos diversos órgãos autárquicos, mesmo sem ter ouvido as pessoas em questão. De entre eles, sobressai o indigitado cabeça de lista à Assembleia Municipal, António Cabrita, o que levantou muita celeuma entre os antigos socialistas que não perceberam como foi indicado alguém que não pertencia ao partido. Ao mesmo tempo, Pina apresentava para cabeça de lista à Junta de Freguesia de Olhão, Cândida Cativo. Deste modo, Pina, vazava todo o poder do presidente da concelhia, recusando integra-lo na lista para a câmara ao mesmo tempo que lhe tirava o tapete na Junta, à qual presidia.
Daí até à indigitação de uma troika para avocar o processo e decidir em consonância com as orientações do Costa, que era de manter os presidentes ganhadores, apresentando-se Pina como tal.
Na verdade, o Pina perdeu cerca de dez por cento dos eleitores em relação à anterior eleição autárquica, mal se percebendo como pode ser considerado um candidato ganhador. Mas em Setembro passado, o partido dito socialista encomendou uma sondagem que funcionou como um barómetro da acção do governo do Costa e que apresentava Olhão com 43% do eleitorado, ou seja mais 6% daquilo que o Pina havia obtido nas autárquicas, mas suficiente para este embandeirar em arco e gabar-se de estar a caminho da maioria absoluta. Nada mais errado, mas que serviu para os trastes da troika lhe assegurarem a retaguarda, porque no fundo queriam ver-se livres tanto do presidente da concelhia e do seu antecessor. Senão perguntaríamos se a popularidade do Pina está melhor ou pior do que em 2013, quando é certo e sabido que a sua imagem está substancialmente desgastada pelas atitudes anti democráticas contra o Povo de Olhão, bastando para isso consultar as actas da Assembleia Municipal.
Pina, sabendo-o, logo aproveitou para destilar todo o seu ódio em relação àqueles socialistas pelas relações que mantinham com os autores do Olhão Livre, por serem os piores inimigos, segundo ele, do partido dito socialista. E a bandidagem política não só aceitou como avalizou este despudorado ataque à democracia e liberdade, tentando proibir que haja uma discussão séria sobre Olhão, censurando as vozes que se opõem à ditadura pessoal do Pina.
Não nos espanta a atitude dos elementos da troika nem da federação socialista. Os bandidos protegem-se uns aos aos outros. O manda chuva do PS Algarve, é sem sombra de duvida Apolinário, embora o presidente da federação seja António Eusébio, um líder fraco e demasiado frouxo para o cargo que exerce. Ora o Apolinário tem em preparação a criação de um nova empresa para substituir a Docapesca e a Administração do Porto de Sines no jurisdição dos portos do Algarve, criando duas zonas, o Sotavento e o Barlavento. Agora imaginem quem são os principais candidatos a ocupar os lugares cimeiros da nova empresa; nada menos que o filho do Apolinário, o tal que no seu currículo tem apenas o buraco financeiro deixado na Associação Académica da UALG, e o filho de Isilda Gomes.
E em Olhão todos nós sabemos das negociatas havidas entre a Docapesca, presidida por Apolinário e o Pina na qualidade de presidente da câmara, devendo os dois estarem presos há muito tempo, pelo mal que têm feito ao Povo de Olhão.
Como resultado disto, os dissidentes socialistas, vão agora recorrer a uma lista de independentes que pode determinar não só a derrota do Pina mas também a do próprio PS, e cuja responsabilidade cabe por inteiro à federação e à direcção nacional, lavando disso as mãos, a concelhia..
Olhão precisa de uma mudança profunda, não apenas de pessoas mas essencialmente de políticas.
Abaixo o Pina!