Há uns meses atrás, António Pina em representação de quatro IPSS, vendeu a terceiros o edifício onde durante muitos anos funcionou a antiga Funerária Paulo Leitão, localizado na Rua António Baptista Delgado.
Este edifício, um dos mais antigos da cidade, senão mesmo o primeiro construido em alvenaria,em excelente estado de conservação, razão para que a autarquia obrigasse à manutenção da sua arquitectura, Mas se isso não bastasse, o facto de estar na faixa de cinquenta metros de protecção da Igreja Matriz, o obriga.
Mas também sabemos que o dinheiro cega as pessoas, e tudo indica que haja, por parte do actual proprietário, a intenção de o demolir para construir de novo, aumentando-lhe a volumetria, sem o mínimo respeito pelo facto de se encontrar bem no centro da Zona Histórica de Olhão, com o argumento de fazer gaveto com a Rua dos Cordoeiros.
Esse é um assunto que deverá ainda ser discutido em momento oportuno, porque entretanto há ainda outros problemas a resolver, nomeadamente com os inquilinos.
O prédio em questão integra a lista de bens da herança do Dr. Ayres Mendonça que as IPSS herdeiras têm vindo a alienar, esquecendo o seu representante que existe na Lei o chamado direito de preferência, e como tal não lhes deu a oportunidade de exercer aquele direito.
Na Rua dos Cordoeiros, existem várias casas ou fracções autónomas, algumas sem estarem registadas no Registo Predial, de entre as quais a nº 5, onde mora uma família composta por uma senhora viúva e o filho.
Esta família reside ali há mais de trinta anos, pagando desde sempre a renda, primeiro à D: Clementina, usufrutária daquele património e após a sua morte, depositando na Caixa Geral de Depósitos, à ordem dos herdeiros.
Vem agora, o novo proprietário, através de um representante legal, ameaçar a família de despejo com o argumento de uma "ocupação ilícita" apesar de a senhora viúva ter na sua posse recibos que provam o pagamento das rendas.
Qualquer um poderá imaginar o tormento desta família, carenciada e com falta de recursos para se defender do ataque desumano que o novo proprietário lhe move, sem querer saber para onde vai morar esta família.
Mais, no acto de escritura, o Pina dizia que não pendia qualquer ónus sobre o prédio, omitindo os direitos que assistem a esta família, o que mostra bem do sentimento de "solidariedade" e do respeito pelas leis que protegem as pessoas por parte deste cavalheiro.
Certo é que a família está ameaçada de ter de ir viver para debaixo de uma árvore se não conseguir opor-se a esta cambada de oportunistas e interesseiros que não enxergam mais que o dinheiro.
Cabe a todos nós rejeitarmos este tipo de procedimentos e dar o maior apoio a esta família ajudando-a a lutar pela seu tecto.
ABAIXO A HIPOCRISIA!
PELO DIREITO Á HABITAÇÃO!
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