Cavaco Silva criticou severamente os partidos e os políticos pelo distanciamento dos portugueses em relação à política e aos partidos. Não fez mais que a sua obrigação mas foi o seu consulado que se deu início aos "jobs for the boys". Foi no seu consulado que os directores regionais que, até então eram cargos de carreira, os transformou em cargos de nomeação política. Foi também no seu consulado que tudo o que eram edifícios do estado passaram a ter a sua assinatura através da nóvel cor de laranja. Mas fez bem trazer a terreiro aquilo que todos nós, portugueses, já sabíamos.
Curioso, porque parece que falta entendimento aos políticos para compreenderm o que motiva esse distanciamento, é que no Jornal da Noite da TVI fosse notícia que o negócio do SIRESP tivesse custado praticamente o dobro daquilo que deveria custar, 500.ooo.ooo de euros. Que o mesmo negócio tivesse atravessado três governos e que tivesse ido parar às garras de uma empresa que é detentora do Banco Português de Negócios e mais uma ou duas holdings onde pontificam ou pontificavam os ministros interessados no negócio, Daniel Sanches e Dias Loureiro, ambos do PSD. Curioso é que o então ministro socialista António Costa, depois de a Procuradoria Geral da República se ter pronunciado pela anulação do contrato, uma vez que o mesmo tinha sido posto em prática por um governo de gestão, dizia, António Costa mesmo assim acabou adjudicando à mesma empresa. Entretanto foi decorrendo um inquérito que, como é usual no nosso país, acabaria sendo arquivado e a culpa morreu solteira.
Hoje, é notícia os eurodeputados e que não tem o mínimo interesse em que os familiares, que colocaram a trabalhar no parlamento europeu, saiam de lá apesar de haver uma recomendação em sentido contrário.
Como querem, os políticos, que os jovens e o povo em geral acreditem na classe política? Impossível! O povo português só pode ver nisto, o arrivismo, o carreirismo, o oportunismo. O 25 de Abril só serviu para essa gente. Cada vez mais os salários vão perdendo valor, o poder de compra vai-se, o trabalho é cada vez mais precário, a educação é uma farsa, a saúde uma miragem, a justiça é grotesca. Que mais nos resta a não ser tentar contrariar, lutando para que possamos ter um futuro melhor?
Hoje, pelas 21H30, haverá uma Assembleia Municipal. Mais uma vez a CMO não divulgou a realização desta sessão. Não interessa divulgar junto da população. Esta é a democracia que temos em Olhão. Que democracia é esta em que os políticos (eleitos pelas populações) têm medo dos cidadãos? Que políticos são estes que têm medo da participação dos cidadãos? Que políticos são estes que foram eleitos para gerir a coisa pública e têm medo de prestar contas aos cidadãos? Que políticos são estes que só descem à rua na altura das eleições? Que cidadãos somos nós que permitimos isto?
ResponderEliminarVítor Matias
Obrigado pela informação.
ResponderEliminarE concordo em absoluto, com as questões que coloca.
Inadmissível que estes políticos se consigam manter no poder e com a nossa indiferença.