As ruas eram enfeitadas com papel de seda das mais variadas cores, ao gosto dos respectivos moradores que faziam chouriços de papel, milhares de triângulos e balões (que se guardavam religiosamente de uns anos para os outros), foles e um sem número de decorações, que a mestria dos artistas populares inventava tentando fazer melhor que as ruas vizinhas. Nas entradas dessas ruas havia sempre um painel decorativo alusivo a um determinado tema feita com inúmeras flores também de papel.
Depois era esperar pelo povo. Não era preciso gastar dinheiro em propaganda pois já se sabia que S. João era em Olhão ou no Porto. Vinha gente de todo o Algarve pois sabia-se que o cheiro a alecrim, rosmaninho e marcela espalhados pelas calçadas de pedra se iriam misturar com o cheiro da sardinha assada (regadas pelo bom vinho caseiro dos nossos vizinhos montanheiros). As pessoas calcorreavam as inúmeras ruas enfeitadas lendo as quadras populares que afixadas nas paredes e que se perderam com o tempo.
Haviam também os mastros populares mais destinados à música e às danças. Por toda a noite se cantava e dançava, havendo pelo meio deliciosos leilões de frango em que alguns populares se envolviam em disputas, chegando muitas vezes a pagar o preço de uma capoeira. O que interessava era derrotar os adversários e comer o frango assado.
Uma tradição que não podia faltar e que toda a gente fazia questão de cumprir, era saltar a fogueira (com os respectivos ditos “fogueira de S.João1”, “fogueira de S.João2”, “fogueira de S.João3”) alimentada até altas horas com lenha recolhida pelos moradores.
A festa continuava até à hora dos mais novos e dos veteranos irem até aos hortejos vizinhos em busca da deliciosa fruta, com a desculpa de se ir à cana verde.
Infelizmente destas tradições só existem placas nas entradas de algumas ruas com o ano em que venceram ou tiveram menção honrosa, pois era este o prémio para tão árduo trabalho (mas que era feito com o gosto de verem passar nas ruas os amigos que há muito não viam).
Claro que tudo isso acontecia porque no dia a seguir era feriado municipal e ninguém trabalhava. Depois do 25 de Abril mudou-se o feriado para 18 de Junho e a seguir para 16 o que se justifica uma vez que é uma data importante para a cidade.
Foi aí que começou o fim do S. João em Olhão, até porque a autarquia ao começar a pagar o papel para enfeitar as ruas (antes os moradores pagavam entre si) começou a exigir que se utilizasse apenas as cores de Olhão. Junta-se a isto alguns actos de vandalismo (incendiaram várias vezes os enfeites das ruas) e então foi melhor e mais fácil acabar com a tradição do que com os vândalos.
Hoje temos as marchas, que têm o seu valor mas não eram uma tradição nossa.
O S. João em Olhão morreu, quem ganhou com isso foi Tavira, pois continua com um feriado no dia de S. João e as pessoas deslocam-se lá para a festa.”
Escrevi este “post” no 1º ano de vida do Olhão Livre e passado 3 anos, pouco ou nada mudou.
Este ano, um pequeno empresário da restauração, decidiu reavivar este costume popular e enfeitou parte da rua com chouriços de papel, balões artesanais, quadras populares e alguns artigos artesanais ligados à pesca da murjona, (arte de pesca artesanal, quase extinta em Olhão). As entradas do largo estão enfeitadas com quadros de um pintor olhanense, com panorâmicas locais, também elas quase desaparecidas.
Os turistas não se cansam de fotografar o largo enfeitado, pois em toda a sua vida nunca viram nada igual, alguns até param e ficam a petiscar, com as pessoas da zona.
O curioso disto tudo é que a CMO que não deu nem um cêntimo para o papel e que tinha o dever de manter as nossas tradições, ainda teve a pouca vergonha de cobrar dinheiro de uma licença e até a delegada dos artista, foi lá cobrar dinheiro porque havia musica no largo.
Nada disso admira, pois o presidente da CMOlhão desde há 18 anos, é de Tavira e provavelmente estas tradições de Olhão não lhe dizem nada.
Aqui ficam fotos do largo enfeitado em Olhão, esperando que para o ano apareçam mais iniciativas destas, mas que não seja preciso pagar para isso.
É normal o Leal não gostar de ruas enfeitadas pois ele nem sequer é de Olhão ,e os outros vereadores gostam mais de ambientes, onde possam mostra a sua colecção de fatos da Gucci e da Armani.No contacto com o pvo sempre lhe podiam perguntar poeque aumentaram a agua para o triplo e de certeza apareciam quadrs populares relativas a esse roubo,onde desapareceram 6 milhões que nós pagamos, e a CMO recebeu, e não pagou a agua às aguas do Algarve.
ResponderEliminarEsse empresário devia era de levar uma medalha pela coragem que teve em enfeitar o seu largo gastando o seu dinheiro para que os turistas tenham algo de diferente em Olhão sem ser as ratazanas em frente ao Real Marina Hotel, ruas esburacadas, lixo ao cantos das ruas, e esgotos a céu aberto como no T e na Marina.hã, e a estátua sem letras do herói de Olhão, Patrão Joaquim Lopes.
ResponderEliminarPois é se o Leal atira foguetes pela passagem de ano tá mal porque se gasta muito dinheiro,se paga a artistas que os Olhanenses gostam de ouvir tá mal,o melhor é não dar papel para enfeitar as ruas,ainda lhe chamam esbanjador dos dinheiros publicos como é habito.Neves
ResponderEliminarJá passei por esse largo e realmente está muito bem enfeitado, vale a pena tirar umas fotos,para mostrar aos filhos e dizer que antigamente em Olhão dezenas de ruas estavam enfeitadas ,e comia-se bebia-se e dançava-se nas ruas sem pagar nada, nem precisavam de tirar licença e a CMOlhão colocava placas nas ruas a dizer qual as ,melhores.
ResponderEliminarClaro que não havia marchas pois isso é tradição dos lisboetas impingidas à força pela CMOlhão,à conta do nosso dinheiro pois cada marcha recebe da CMO uma pipa de massa.
ó Neves ó sabujo, então a CMO gasta uma fortuna em festas e festarolas no auditório, pagas à nossa custa pois o preço dos bilhetes nem dá para a luz e para os 26 empregados que mamam do auditório todos os meses 26 000€,quantop mais para pagar os cachés dos artistas.
ResponderEliminare depois cobram uma licença, a quem quer mostrar o que de bom se fazia em Olhão e infelizmente a CMO acabou.
a noite de S.João em Olhão é indiscritivél e depois de tudo acabado,bebido e dançado, ia-se apanhar a Cana Verde,ou seja uma desculpa para apanhar uma frutas nas hortas da vizinhaça.e mais alguma coisinhas.
O que se espera de um iconformado incompetente???
ResponderEliminarVIVA A BOA GESTÃO!?
VIVA O S, JOÃO!
VIVA OLHÃO!
JMateus
Ao ler este artigo passou-me pela memória tudo o que era Olhão no S.João e que tive o privilégio de viver quando era criança!!!Tive vontade de chorar ao aperceber-me que os meus filhos provavelmente nunca irão ver isso...
ResponderEliminararh fez analises á agua da ria e interditou banhos na praia da fuseta-ria hoje não se podia dar banho na praia dos tesos,mas segundo o tecnico da arh a culpa não era das descargas da etar entre faro-olhão apressou-se a dizer,confirmava sim uma quantidade enorme de cloriformes fecais na agua.
ResponderEliminarAldrabão sou eu e não minto tanto,esse empresário que tu falas não passa de alguém que faz tudo isso só com fins lucrativos.Ocupa o espaço de todos ,faz festas clandestinas, faz barulho ate´ás tantas e vocês ainda o enaltecem,se calhar tambem vão para lá beber umas bejecas á borliu.JOAO CAPUZ
ResponderEliminarFuzeta: Bactérias em praia
ResponderEliminarA praia dos Tesos, na Fuzeta, Olhão, esteve ontem semi-interdita aos banhistas, após terem sido detectadas bactérias de origens fecais. Apesar de não terem sido proibidos os banhos, foi levantado um edital no local a aconselhar a não ingerir a água. A Marinha acreditava que as marés desta noite repusessem a normalidade.
podem dizer alguma coisa sobre a poluição na barra da Fuzeta Ria? é que na Fuzeta todo o mundo diz que as aguas estão imprórias para banhos mas o presidente da câmara a presidente da ARH não querem levantar a lebre e vão tentar abafar tudo.
ResponderEliminarfui hoje à praia ver e estava bandeira amarela,e as pessoas estavam dentro de agua,mas se a agua está imprópria para banhos a bandeira não devia ser vermelha?
o que não estava içado era a bandeira azul e várias pessoas cochichavam que era para não alertar as pessoas.
Foi realmente uma pena terem acabado com essa tradição popular, na minha joventude, ainda ajudei a enfeitar a minha rua, a CMO emprestava-nos rolos de fio de cobre, com que faziamos instalações electricas, que eluminavam toda a rua, as raparigas, cortavam e moldavam milhôes de bandeirinhas de papel de varias cores, que enfeitavam os tectos imaginários, e eram cedidos pela comissão de festas, os Poetas de ocasião, faziam quadras alegoricas, que quase sempre eram sátiras, e que se postavam ao longo da rua, algumas eram dirigidas a algum visinho menos popular, o que por vezes causava escaramuças verbais para gláudio da rapaziada, depois haviam as fogueiras, normalmente duas ou três por rua, onde as moças mais peludas, queimavam os pêlos das pernas ao saltar a fogueira.
ResponderEliminarNo concelho de Olhão foram reconhecidas com Badeira Azul as praias de Armona-Mar, Fuseta-Mar e Fuseta-Ria, enquanto o concelho de Portimão recebeu cinco bandeiras azuis para as praias de Alvor Nascente - Três Irmãos, Alvor Poente, Rocha, Três Castelos e Vau.
ResponderEliminaralguém sabe porque motivo ontem estava bandeira vermelha na Praia da Fuzeta Ria?
esse mente capo do joão capuz deve ser o enviado do chico que só quer acabar com as tradições de olhão.
ResponderEliminare o augusto da boina com a vila de amêijoas que a tenda é paga pela cmo quer o quê divulgação da tradição da vila de amêijoas ou vender o seu produto?
esse comerciante que enfeitou as ruas devia era de ser homenageado.
É verdade, como é possível, que uma praia, como a dos Tezos, possa beneficiar de Bandeira Azul, a praia com a maré vazia, é um nojo com lodo até quase ao joelho,
ResponderEliminarÉ verdade benefecia da boa situação, acesso fácil e estacionamento, mas o resto é uma tristeza, o areal sempre sujo, cheio de algas e os cães que se passeiam, sem nenhum problema.
Pergunto, quais são as tarefas dos Nadadores, que a parte de estarem sentados e conviverem com as meninas`, nada fazem ao menos que controlem os animais e limpem a praia, para mereceram o que ganham,porque ao fim do dia devem estar fartos de estarem sentados e conversar.
É uma tristeza, como o Presidente da Junta, não se aperceba, destas situações, que estão à vista de todos que frequenta o local
Apesar de ter de fugir ao tema dos santos populares, tenho que manifestar que, depois de ter lido
ResponderEliminaro comentário das 23:21 e seguintes acerca do estado da água que circunda a praia dos tesos na Fuzeta, tenho a dizer o seguinte:
Estive nessa praia no dia de ontem,23, juntamente com o meu filho de tenra idade e quando me encontrava dentro de agua, que me dava pela cintura, com o meu filho,vi, a boiar um escremento, mais vulgar chamado "cagalhão", pelo que terminá-mos de imediato a permanência na referida agua.
Não vi sinal indicador das autoridades que proibissem ou informassem as anomalias que presenciei, pois muitas pessoas lá se encontravam.
Há sintomas na criança de comichão, hoje pela manhã tentativa de vómitos e dôr de barriga. Aguardo o desenrolar destes sintomas na criança.
As pessoas que fiquem de alerta.
De momento tenho que apenas referir
que a merda é abundante já na freguesia da Fuzeta.
JMateus
Com todo o devido respeito,só relembro ao anónimo das 13.12,que esse empresário em causa nunca deve ser homenageado ,porque como ele há centenas em olhão que trabalham para ter lucro,e ,esse empresário não me parece que esteja a trabalhar para manter tradiço~es mas sim ter lucro.Qunato ao j,mateus já que cá está, que tal ir pagar os melo~es ao carmo pais antes de falar baboseira?.João Capuz
ResponderEliminarJMateus
ResponderEliminara ser verdade que viste um cagalhão a boiar quando tinhas a água pela cintura não te interrogaste de onde poderia ter surgido?
É que com toda a certeza foi de algum teu vizinho de banhoca da praia dos tesos.
Nunca uma defecação em terra, na Fuseta, vazada para a rede de esgotos conseguiria chegar à Praia dos Tesos ou a outro lugar na Ria em estado que pudesse ser identificada organicamente, neste caso com a vista, a não ser que fosse de material resistente às sinuosidades do percurso e então a origem já não intestinal.
Quanto aos “sintomas na criança de comichão, hoje pela manhã tentativa de vómitos e dôr de barriga” não terá sido de melão esquentado, daqueles do Carmo Pais, que deste ao teu filho?
Que os sintomas também poderão revelar origem por contaminação pelos coliformes fecais, cuja presença foi detectada em excesso nesta praia conforme a imprensa anuncia, lá isso pode, mas de certeza que tu meu JMarau não viste nenhum coliforme fecal ou não tenho eu a certeza que não viste.
esse Carmo e o Joao Capuz devem ser a mesma pessoas pois ambos só sabem ofender o J,Mateus.
ResponderEliminarSe O J.Mateus diz que viu excremntos humanos a boiar é qe viu aliás isso é frequente ser avistado nos esgotos em Olhão que saem directos para a Ria Formosa,como na Doca de pesca em Olhão no T na Marina de olhão e se calhar na Fuzeta existe algum cano de esgoto desses ou então émo colector de esgotos que existe em frente à antiga ETAR que está a despejar outra vez directo na Ria. O Carmo e o João Capuz em vez de efenferem o J.Mateus deviam era de estar interessados que acabasse essa poluição pois só é ruim para o concelho de Olhão e nomeadamente para a Fuzeta.
Hei-de dizer sempre com orgulho que esta época é das mais lindas de se ver nesta minha terra, Olhão. Os Santos populares sempre foi a época festiva que mais me encheu o coração por ter nascido e sido criada na rua das ferrarias, rua que sempre entrou nos concursos da melhor rua enfeitada,não sei quantos prémios recebeu, mas sei que era com o maior amor e dedicação que se enfeitava aquela rua,os premios, ganhou por mérito de esforço, amor e dedicação, era muito miúda mas tenho em mim a perfeita noção que era a melhor forma de Olhão voltar a ter a tal essência olhanense que por alguns motivos se perderam. Bem haja a quem escreveu esta notícia.
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