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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O OE E A GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO

O "orçamento de estado" antes de ser "aprovado", já o tinha sido. Com maioria absoluta e com a conivência do P"S", a discussão tornou-se inútil. O P"S" ensaiou um "fait diver" da "almofada" como forma de captar algumas simpatias perdidas com José Sócrates. Já todos nós sabíamos que o aí vinha era mais austeridade a juntar à austeridade dos últimos tempos, era recessão a somar à recessão. Exactamente o mesmo caminho da Grécia. Este é o "orçamento" dos farnco-alemães, o "orçamento do sistema financeiro e do grande capital. A aposta continua a ser salvar a banca, permitir aos grandes grupos económicos mais lucros. Alexandre Soares dos Santos é um exemplo disso. O patrão do "Pingo Doce" e do grupo Jerónimo Martins é bem claro: "reduzir os salários dos gestores públicos é um apelo à mediocridade". Não é por acaso que este senhor faz estas afirmações. Foram os governantes a nível central e a nível local, os gestores públicos, as parcerias público-privadas quem afundaram o País mas a quem não são pedidas responsabilidades pela má gestão dos dinheiros públicos. Também não é por acaso que as maiores fortunas do País estão nas mãos dos patrões das cadeias de distribuição...
A cada dia que passa a situação dos portugueses vai-se agravando. Este mês, uma boa parte dos trabalhadores já vai sentir o roubo no subsídio de Natal. Em Janeiro, a partir do dia 1, os portugueses vão começar a sentir que vão comprar menos com o mesmo dinheiro, fruto do aumento do IVA. No fim de Janeiro vão começar a sentir o peso da factura da energia e da água, dos combustíveis e dos transportes e em consequência o aumento dos preço dos produtos.
Foi o ministro da "Economia" quem anunciou os despedimentos nos transportes públicos. Foi ele quem levou os trabalhadores para a greve. Os trabalhadores não são masoquistas ao ponto de, numa situação de dificuldades, abdicarem de parte dos seus parcos salários para fazerem greve. O secretário de estado, com um discurso fascizante veio reiterar a ameaça do seu ministro.
A carga fiscal e os custos energéticos estão a asfixiar as empresas e o alemão Passos Coelho apresenta-lhes como alternativa mais trabalho sem acréscimo de salários. Passos Coelho quero empobrecimento do Povo. Mais trabalho e menos salário. Antes da "crise", as empresas operavam, tinham lucros, viviam, sinal que os trabalhadores mal ou bem trabalhavam. A "cantilena" da falta de produtividade só serve para disfarçar o assalto que o Estado faz às empresas e atirar a "culpa" para cima dos trabalhadores.
Os despedimentos vão ser um facto e até a redução dos salários está em preparação. O poder de compra está substancialmente diminuído e vai ficar ainda mais diminuído quando se der a redução efectiva dos salários. Mas quem vai ser despedido? As chefias? O trabalhador A, B ou C? Ninguém sabe. O garrote de Passos Coelho aperta-se ao pescoço de qualquer um e todos olhamos para o lado: "será que é "ele" (parceiro do lado) ou será que serei eu?". É neste clima que está convocada a GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO. É neste clima que o descrédito em relação aos políticos, em relação aos partidos, em relação aos sindicatos, mais se acentua. Quem vê as notícias nas televisões e vê as entrevistas na Grécia, na Itália e em Portugal nota perfeitamente o sentimento de descrédito. À mesa do café não hácão nem gato que não se manifeste contra a presente situação. Os "pulhas" que nos governam e governaram são uníssonos em afirmar que o Povo compreende as medidas.Nada mais falso!
As redes sociais tem um papel determinante sendo uma boa forma de incentivar, de motivar, de mobilizar os portugeses para a GREVE GERAL. Nas ruas pouco se vê que possa moblizar as pessoas ao exercício de uma forma de luta que tem como pretensão que as medidas se tornem ainda mais gravosas para todos nós. O descrédito nos políticos, nos partidos e nos sindicatos não pode ser factor de desmotivação. Há políticos, partidos e sindicatos que ainda de alguma forma tentam contrariar a situação. Poucos, é verdade mas cabe aos cidadãos deste País mostrarem a sua disposição para contrariar as intenções dos governantes, do grande capital e da troica.
Contráriamente àquilo que estes governantes afirmam no presente, a degradação fez-se sentir desde a última vez em que o FMI interveio em Portugal, em 1983. Foi depois disso e com a adesão a CEE que começou a submissão aos interesses franco-alemães. Deram-se "incentivos" para não se produzir na agricultura e pecuária e hoje importamos produtos agrícolas e o leite da Europa. Deram-se incentivos para o abate dos barcos e hoje importamos peixe da Europa. Liquidámos a pouca indústria que tínhamos para passarmos a importar o que antes produzíamos. Liberalizou-se o mercado no pressuposto da concorrência e ficámos com os produtos mais caros (veja-se o caso do peixe. é só ir ao mercado de Olhão). Perante a CEE, mais tarde União Europeia, sempre fomos "rapazes bem comportados". Os nossos governantes fizeram as suas opções, criaram as suas estratégias. Erradas, é verdade, mas erradas do nosso ponto de vista porque do ponoto de vista "deles" sempre estiveram correctas. Essa opções e estratégias permitiram o enriquecimento rápidos dos seus boy's, dos seus amigos e dos seus familiares. Está bem à vista.
Apela-se às redes sociais para que se transformem em verdadeiros motores da GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO. Nós, Olhão Livre" faremos a nossa parte...

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