No dia 21 do mês passado, a Sociedade Polis da Ria Formosa realizou no auditório da biblioteca municipal, uma sessão não anunciada e destinada exclusivamente às associações de produtores, que contou com a apresentação de Francisco Leal.
O Polis enquanto programa de requalificação e valorização da Ria Formosa, deveria em primeiro lugar dar prioridade à qualidade ambiental, ecológica da Ria Formosa e não o faz, preferindo gastar os parcos dinheiros públicos não na solução de problemas mas em justificações para os crimes ambientais cometidos na Ria Formosa. Aliás, mais do mesmo!
No consulado se Sócrates, foi reconstruída com ampliação a casa 176 da Armona tendo sido emitida uma licença em nome de uma tal Keltan, SA, sediada em Almancil em que o encarregado da obra terá dito aos presentes que havia a influencia directa do ex-ministro do ambiente e ordenamento e actual "padrinho" da Ria Formosa, violando as margens de mar, em zona de risco, fora da área concessionada à CMO e abrangida pelo Domínio Publico Marítimo, mas com um parecer prévio de que no âmbito do programa Polis se encontraria uma "sanação" que permitisse a respectiva legalização. Apenas, IMORAL!
Voltando à reunião, foram convidados dois representantes de cada associação e um painel de doutores para dissertarem sobre os "males" e benefícios da Ria Formosa.
A representante do IPIMAR foi a mesma que se deslocou aos viveiros de ameijoas para analisar in locco a taxa de mortandade dos bivalves. Enquanto técnica subordinada, sabe que não pode dizer a verdade, isto é dizer as razões da morte dos bivalves, porque iria colidir com outros e maiores interesses, refugiando-se em causas patológicas como se estas não fossem o efeito do mau estado geral da Ria Formosa.
Apontando culpas aos produtores por más praticas e a redução da produção, à venda de ameijoa de semente a espanhóis, omite que as mesmas não podem vir para terra mas que qualquer um pode comprar a quantidade que desejar, o que só acontece por falta de fiscalização, constituindo um negocio paralelo e não contabilizado.
Sempre na mira de afastar as populações que exercem a actividade tradicional na Ria, procura-se agora que as mesmas desistam das suas explorações para depois proceder ao reparcelamento das terras, concentrando viveiros e introduzir a maquina em substituição do homem, como forma de baixar custos.
A ameijoa é um produto natural da Ria, não se tratando de um elemento estranho, fabricado em laboratório, mas antes apanhada nos bancos naturais e transposta para zonas de produção controlada. Se não forem apanhadas, o excesso, e aí sim haverá excesso de ameijoa, poderá originar uma mortandade acrescida, tal como acontece com outras espécies, Vir defender que há excesso de produção e que é aí que radica a morte da ameijoa, só de doutores com canudos à Relvas ou Sócrates, a não ser que estejam obrigados a dizer uma asneira tão grande.
As causas da morte dos bivalves, do desaparecimento da fauna e flora, e as costumeiras interdições da captura de bivalves na costa está na poluição produzida pelas ETAR. Basta ver que agora apenas foi interditada a zona de Faro-Olhão como se as algas toxigenas viessem de helicóptero.
Porque não foi, a dita reunião, aberta ao publico para que todos pudessem saber do que se passa na Ria? Porquê tanto secretismo numa reunião desta natureza?Porque sabiam que iriam aparecer vozes incomodas. Os problemas da Ria Formosa são puramente ambientais e é na péssima qualidade das suas águas que reside o problema.
As populações que vivem da Ria Formosa devem mostrar toda a sua indignação e revolta pelo cerco que as entidades publicas lhes movem.
REVOLTEM-SE, PORRA!
A REUNIÃO NÃO PODIA SER PUBLICA
ResponderEliminarNEM SONHAM O QUE PODERÁ ACONTECER AO
SER DIVULGADO O QUE ACONTECEU NOS ULTIMOS QUARENTA ANOS NA AQUACULTURA
NA RIA FORMOSA.
TENHAM CALMA ESPEREM UM POUCO MAIS.