À margem da inauguração de uma unidade fabril, o secretario de estado do mar com mais vocação para a investigação do que para as lides politicas proferiu algumas declarações que revelam bem da sua incapacidade e desnorte em matéria de politica de pescas, que aliás não lhe interessam muito.
Assim, o secretario de estado admitiu alterar a lei que proíbe o uso do caranguejo para a captura do polvo, assunto que tem gerado alguma polémica. Primeiro porque essa lei se destina exclusivamente aos pescadores algarvios ( marroquinos para o Terreiro do Paço).
Depois porque perante uma tal proibição é possível recorrer ao mexilhão como isco, com mais durabilidade que o caranguejo. De uma forma ou outra, é sempre possível a utilização de isco vivo, em detrimento da sardinha ou cavala. Mas a questão principal não é essa, servindo apenas para desviar a atenção para questões colaterais.
As embarcações licenciadas para a pesca do polvo têm um tecto para o numero de armadilhas que podem utilizar. Não havendo fiscalização, há barcos que têm n vezes o numero de armadilhas que a lei permite e é essa a razão na aposta no isco vivo, porquanto permite, que em cada dia de pesca, corram as armadilhas permitidas, ficando as outras a pescar toda a semana. Obviamente que a captura intensiva induz à redução dos stocks.
Porque os pescadores não foram ensinados, formados e sensibilizados no sentido das boas praticas para uma pesca sustentável, se puderem até a areia dos fundos trariam para terra.
Mas quando proíbe o uso de caranguejo e obriga ao uso de sardinha e cavala, o secretario de estado, esquece que está a atrair a pulga do mar, que serão tantas mais quanta mais cavala utilizarem.
Por outro lado, quando se perdem estas armadilhas, e acontece mais do que se possa imaginar, devido á sua natureza, levam uma eternidade a matar, posto que o polvo uma vez entrado não consegue sair.
Que fazer então?
Tal como os pescadores antigos, a utilização de alcatruzes de barro é a única medida capaz de manter em bom estado os stocks naturais, permitindo a entrada e saída do animal e sem utilizar qualquer espécie de isco. O polvo procura um agasalho, uma toca para se proteger e encontra-a nos alcatruzes.
O secretario de estado do mar, que não das pescas, deve pois fazer uma reciclagem aos seus conhecimentos e deixar-se de asneiras.
Mas, o secretario de estado, não se ficou por aí e anunciou também um investimento de 250 mil euros em alcatrão, iluminação e portaria do porto, nada que traga algo de bom aos pescadores.
É verdade e aqui já o denunciámos, o porto de pesca é o exemplo acabado de um porto terceiro mundista e o investimento ora anunciado o que faz? Tapa algumas crateras visíveis na estrada do topo nascente do porto, que o resto não conta, sendo manifestamente insuficiente, mais parecendo uma obra de cosmética.
O dinheiro a gastar na portaria não visa pôr cobro aos furtos ultimamente registados mas tão só proceder ao controlo de quem trabalha no porto, fiscalizando, às ordens de um tal Gaspar, se o peixe e marisco que entra e sai do porto está facturado.
Da mesma forma que não será por via de mais iluminação, embora ajude, que se evitarão os roubos, quando todos os que conhecem o porto, sabem do estado de degradação e abandono a que foram votados os topos norte e poente nomeadamente ao nível da vedação, onde existem buracos por tudo quanto é rede.
Ou seja, os pescadores vão continuar na mesma ou pior, porque temos um secretario de estado que prefere gastar milhares de milhões em plataformas oceânicas e depois vem dizer que os contribuintes não têm se suportar os custos dos portos. Mas quem paga as plataformas senão p contribuinte. De facto este governo já deu o que tinha a dar.
Aos pescadores cabe revoltarem-se contra as péssimas condições em que operam no porto.
REVOLTEM-SE, PORRA!
os novos estabelecimentos de aquacultura na zona costeira vão ser licenciados para aquacultura e (PESCA PERMANENTE)lindo não é? e a quantos metros de distancia vão as outras artes ficar obrigadas a poder pescar?Não é necessário lei, para os pescadores, BASTA A FORÇA.
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