Muitas vezes, mas mesmo muitas, chamámos a atenção para o desleixo das entidades publicas no que à Ria Formosa diz respeito.
O vídeo acima data de 25/6 passado quando ocorreram aquelas marés grandes, mas também como vai sendo habito, as pessoas só se lembram de Stª Barbara quando faz trovões. Estamos na época estival e a única preocupação dos veraneantes, é desfrutar da excelencia de praias que temos, esquecendo que por detrás, pode estar a ocorrer um fenómeno que a breve prazo porá em causa aquilo que agora tanto admiram.
Para os mais atentos, a Ilha do Farol ou Culatra alongou-se nos últimos trinta anos, em mais de três mil metros, a uma velocidade que oscila entre os 100 e os 150 metros anos. A Barra da Armona tem neste momento pouco mais de 200 metros, estando por isso no final de um ciclo, prevendo-se que a qualquer momento e resultante da conjugação de vendaval forte com o preia-mar de marés vivas, possa ocorrer o rompimento do cordão dunar por galgamento oceânico.
Se atentarmos nas imagens do vídeo, verificamos que do nível das águas do mar à crista do cordão dunar distarão cerca de dois metros. Imagine-se o que teria acontecido se houvesse um vendaval com ondulação de três metros de altura; galgamento.
A Ilha da Culatra tem pelo lado da Ria uma enseada, que reduz a largura do cordão dunar, sendo o ponto mais frágil, e presumivelmente o mais receptivo a um galgamento oceânico, tudo fruto da falta de intervenção das entidades publicas que alteraram a evolução natural das areias com a construção de molhes e esporões que impedem a sua circulação, fazendo todo o sentido que criou o problema, esteja agora obrigado à sua resolução ou mitigação.
No entanto o plano de mitigação de riscos encenado pela Polis, não contempla qualquer intervenção na Culatra, apesar de saber dos riscos para a segurança de pessoas e bens. Esquece ou omite, a Polis, que a haver um galgamento, o espraiamento das areias no interior da Ria, vai inutilizar os resultados pretendidos com as dragagens, já de si,manifestamente insuficientes.
Esta historia de fazerem como querem e entendem, sem auscultar as pessoas, porque os interesses económicos se sobrepõem aos da sustentabilidade do eco - sistema que é a Ria Formosa, faz com que os dinheiros públicos, de todos nós, seja desperdiçado, jogado fora. Será que o objectivo é o mesmo que aconteceu na Fuzeta e se prevê para a Praia de Faro? Pôr o mar a fazer o trabalho que eles querem mas não conseguem?
Certo é que a Ilha da Culatra está em risco de galgamento oceânico e merece por parte da sua população um grito de indignação e revolta.
REVOLTEM-SE, PORRA!
As associações da Ilha da Culatra tiveram acesso ao plano de dragagens da Ria Formosa?
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