As imagens acima reportam os valores de Sólidos Suspensos Totais (SST) e de Coliformes Fecais debitados pela ETAR Nascente de Faro durante o período que vai de 2009 a 2012.
Os SST são essencialmente massa fecal, que com alguma dificuldade de decantação, acaba por sedimentar nos fundos, em cima dos viveiros. Para este parâmetro está definido o máximo de 35 mas, em caso de incumprimento, poderá ir até ao limite máximo de 87, visto gozar de uma benesse de 150%. Mesmo assim apresentam alguns resultados para alem dos limites máximos permitidos.
Quanto ao volume de coliformes fecais falam por si, sendo que os que estão assinalados com alínea a) violam todos os limites, contaminando as águas da Ria Formosa. Estes números que para alem de estarem na origem da recente reclassificação das zonas de produção de bivalves, podem também pôr em causa a qualidade das águas balneares da Ria Formosa.
Lamenta-se a cumplicidade de associações ditas ambientalistas como a Almargem, Quercus e LPN dêem cobertura aos crimes ambientais aqui cometidos, atribuindo galardões, bandeiras ou outros títulos com que branqueiam o que aqui se passa.
Face aos valores apontados não podemos escamotear a contaminação das águas e da implicação que tal traz para os bivalves. O IPIMAR, nos termos do Decreto-Lei 236/98 estava obrigado a proceder à monitorização das águas da Ria Formosa, à elaboração de um Relatório a enviar à DRAP e ao INAG e a torná-los públicos, mas não só não o fez como não se dignou responder a um pedido de acesso aos relatórios. E porquê? Porque os relatórios iriam pôr em causa as descargas das águas residuais urbanas descarregadas pelas ETAR.
Do mesmo modo, que não foi aos viveiros colher as amostras para analise laboratorial, para determinação da taxa de mortandade e carga, e desde já lançamos o desafio aos seus responsáveis para dizerem em que viveiros recolheram as amostras. Ou seja, o IPIMAR não fez o trabalho de casa e com isso prejudicou os produtores de bivalves, reclassificando viveiros que se fossem objecto de uma analise correcta, jamais passariam a classe C, como é o exemplo dos que situam na Fortaleza. Impõe-se por isso, a suspensão da reclassificação efectuada e a realização de novas analises com colheitas in locco para posterior reclassificação.
Os coliformes fecais têm origem humana ou animal.
O IPIMAR sempre tem dito que a proveniencia dos coliformes fecais é das escorrências superficiais da agricultura. Ora a produção animal está extinta no Sotavento Algarvio, pelo que não se compreende como sem animais possa haver a produção de coliformes fecais que lhe está associada. Mas mesmo que assim fosse, e não custa admiti-lo de forma hipotética apenas, os resultados agora mostrados, são a prova de que a eliminação dos coliformes fecais nas ETAR está dependente da radiação solar, cuja intensidade e período de exposição é maior no Verão do que no Inverno. Assim sendo, a não ser pela sapiência dos "cientistas" do IPIMAR que descobriram um filtro mais poderoso do que os vendidos nas farmácias para a protecção solar, criou-se uma barreira protectora para que a radiação solar não se faça sentir nos terrenos agrícolas onde era suposto haver a tal produção animal. E com esta chico esperteza chegaram à brilhante conclusão que a contaminação fecal as águas da Ria Formosa, não é das ETAR mas sim da agricultura.
REVOLTEM-SE, PORRA!
É pena que pessoas com formação superior mostrem níveis de aldrabice elevados num relatório para a União Europeia.
ResponderEliminarEstas mesmas pessoas que deviam mostrar saber fazer de forma correcta um relatório bem feito, será que nunca fizeram nenhum nas aulas práticas da Universidade? Que curso tiraram mesmo? Se calhar é o facilitismo de sempre.
A questão que se coloca aqui é: Como querem convencer pessoas sem formação superior a colaborar com vocês se o trabalho que fazem não é bem feito, ainda por cima aldrabado e mais ainda à base de tachos?
Por estas razões não se consegue uma interacção maior entre Universidades e população! Será que é o mesmo problema de sempre dos "Drs. e Doutores"?