As imagens, reportam, parcialmente, um estudo efectuado pela Universidade do Algarve sobre o Impacto da Descarga de Águas Residuais Urbanas no Sistema Lagunar da Ria Formosa.
Na imagem de baixo, pode ver-se a relação causa efeito da presença de cianobacterias com as ETAR, em que aumentam com a aproximação àquelas. Pode ver-se também que as cianobacterias são espécies de agua doce e agua doce, ainda que enriquecida por nutrientes, é o que há mais nas ETAR.
Durante a semana agora finda, foi noticia a presença de uma neurotoxina que terá origem nas cianobacterias como se pode ver em http://www.ionline.pt/artigos/portugal-iciencia/estudo-deteta-neurotoxina-associada-doenca-bivalves-das-rias-formosa .
A neurotoxina agora detectada ataca o sistema nervosos central e está associada à Esclerose Lateral Amiotrofica, uma doença neurodegenerativa que causa a morte em três anos.
Apesar de já ter sido detectada antes noutros países, dizem os investigadores, que ainda é cedo para tomar medidas cautelares de protecção porque não se sabe qual o seu impacto sobre a saúde publica.
No fundo, estão todos à espera que alguma entidade internacional decida da necessidade de medidas de protecção contra o consumo de bivalves portadores da neurotoxina como se o país não tivesse capacidade, autonomia para as propor, bastando para isso lembrar que o IPMA, que fez parte da equipa que fez a pesquisa, decidiu desclassificar a Ria Formosa e interditar a apanha de bivalves sem analises.
Obviamente que não somos adeptos da interdição, antes pelo contrario, mas este é um daqueles argumentos invocados pelo IPMA, pelo secretario de estado dos assuntos do mar e a própria Comissão Parlamentar do Ambiente a tomar iniciativas que permitiram a desclassificação das áreas de produção da Ria Formosa.
Estabelecida a relação causa/efeito da presença de mais uma toxina com origem nas ETAR, as prometidas e não cumpridas audições, que deveriam ter inicio este mês, às associações ligadas à Ria Formosa, fazem cada vez mais sentido.
Está mais que provado que são as ETAR a principal causa da degradação económica, social e ambiental da Ria Formosa, mas os principais protagonistas políticos como PS e PSD parecem, teimosamente, não querer resolver o problema de uma vez por todas. Bem podem invocar os custos da deslocalização ou construção de uma nova ETAR que comparados com a quebra da actividade económica quase não têm expressão e de retorno rápido.
As entidades publicas sabem, e na Universidade do Algarve há demasiados estudos, simples e criminosamente ignorados, que apontam para a reutilização das águas residuais urbanas para fins agrícolas, até mesmo com o nível de tratamento utilizado nas ETAR da Ria Formosa.
Fazer um tanque de terra compactada,à semelhança das ETAR da Ria Formosa, não tem um custo assim tão elevado, mas também sabemos que para os políticos há a necessidade de grandes obras, de grandes investimentos porque é aí que alimentam a clientela.
E tudo isto apesar de poder estar em causa a saúde publica e actividades económicas que de outra maneira podiam gerar valores de mais de cento e cinquenta milhões de euros.
REVOLTEM-SE, PORRA!
Sr. a. terra, a Ria Formosa está ou não condenada???
ResponderEliminarNão, não está condenada, bastando que haja vontade politica para dar à Ria a sua pujança, s+o que há outros interesses mais poderosos que se levantam
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