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terça-feira, 19 de agosto de 2014

OLHÃO: A DEGRADAÇÃO ECONOMICA, SOCIAL E AMBIENTAL DA COSTA ALGARVIA



Há bem pouco tempo anunciada a visita do presidente da Repsol ao presidente da Republica, mas muito pouco se disse sobre o que está verdadeiramente em causa.
O presidente da Repsol veio anunciar para muito breve a exploração do gaz de xisto na costa algarvia, particularmente a 8 km da Fuzeta. Quando se fala na exploração de gaz ou petróleo devemos sempre ter em conta os impactos negativos que tais actividades comportam e as compensações daí decorrentes.
Do ponto de vista económico, o que se perspectiva é um desastre, desde logo porque a plataforma se localizará muito perto da Beirinha, o maior banco de pescada branca do Algarve, e os trabalhos de fractura das placas, não só matará quantidades apreciáveis de peixe como os afastará para outras bandas. E como se isso não bastasse, há acrescentar a contaminação das águas pelos produtos químicos que serão utilizados, para alem dos próprios resíduos que actividade comporta. Por outras palavras, a exploração de gaz terá como consequencia imediata uma grande quebra na actividade piscatória.
Outra questão, muito grave, prende-se com o facto da exploração de gaz natural provocar sismos com uma amplitude de 3,2 o que fará aumentar de forma significativa a actividade sísmica região quase diária, ainda que pouco perceptível.
No sector do turismo, uma das grandes actividades da região, deverá fazer-se ressentir logo que for conhecida a exploração e possíveis focos de contaminação das águas, o que certamente convidará os turistas a procurarem outras paragens, mais limpas.
Assim, temos que do ponto de vista económico e ambiental, a exploração de gaz na costa algarvia poderá ser bastante negativo.
Também no aspecto social, não se vislumbra qualquer beneficio, dado que a ocupação de postos de trabalho pela população residente, não será mais que um valor residual.
No entanto, ainda se poderia encontrar algum beneficio se as contrapartidas para o Estado fossem de alguma forma compensadoras dos impactos negativos provocados, mas tanto o o governo anterior como o actual, são muito parcos a falar sobe esta matéria, desconhecendo-se qual o valor dessas contrapartidas, por sinal, residuais.
E tudo isto é feito sem a apresentação de um Plano de Prevenção e Mitigação de Riscos ou de Estudos de Impacto Ambiental, quando se sabe que há riscos possíveis e prejuízos de facto.
Certo é que as populações da região algarvia não vão ter qualquer beneficio, bem pelo contrario prejuízos, sem que da parte do estado e da empresa se veja uma palavra sobre o ressarcimento dos impactos negativos criados.
As associações ligadas à pesca e ao turismo devem desde já pronunciar-se sobre o seu futuro, lamentando-se que ao contrario do que aconteceu na vizinha Espanha, os autarcas da região não se ponham do lado das populações salvaguardando os seus interesses, e que o próprio presidente da Republica se ajoelhe perante a Repsol, a única beneficiária quando o Estado o seu Povo só tem prejuízos.
REVOLTEM-SE, PORRA!

2 comentários:

  1. olhaomarecal.blogspot.pt19 de agosto de 2014 às 20:58

    Esta tudo a saque. Quem decide tudo é o poder e o grande capital. Já é tempo de o povo algarvio e o povo de Olhão se manifestar e tomar uma posição.

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  2. Será com um grande sentido de pesar se realmente as explorações de gáz e petroleo forem feitas na nossa Costa. Penso que os beneficios não serão nenhuns e tenho a certeza que a pesca, turismo, fauna e flora da costa e da Ria Formosa serão seriamente afetados. Peço a todos os Algarvios e principalmente a toda a comunicação social que façam uma ampla divulgação do que são este tipo de explorações e que façam chegar á Assembleia da Republica o que estes e estas empresas querem fazer ao nosso Algarve. A todas as Associações que se reunem e tentem travar este ataque ao Algarve e ás nossas condições de vida.

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