A estação do Caminho-de-Ferro de Olhão foi inaugurada em 1904, e à data estava longe do aglomerado habitacional, não se prevendo que com o tempo viesse a tornar-se um empecilho para o desenvolvimento das povoações e contra os seus residentes.
Só muito recentemente, o caminho-de-ferro acabou com as passagens de nível com guarda, que tanto servia o transito viário como pedonal, sobrepondo a lógica economicista aos interesses das populações.
A passagem pedonal que a empresa exploradora, mais uma para alimentar clientelas, dos caminhos-de-ferro, agora pretende fechar, foi uma conquista do Povo, particularmente dos estudantes, que numa atitude que noutra situação seria considerada de vandalismo, obrigaram a dita empresa a criar um labirinto para os peões passarem com o mínimo de segurança.
E não será demais lembrar que naquele local, antes da construção do túnel havia uma passagem de nível com guarda sem os inconvenientes do desnivelamento criado com a construção do túnel e que veio a criar dificuldades às pessoas com mobilidade reduzida.
Outro tanto aconteceu com a passagem de nível, com guarda claro, junto ao Intermarché, com a desculpa do viaduto mais a nascente, junto ao Siroco, como se as pessoas idosas e com dificuldades de locomoção conseguissem subir aquilo. Vai daí e foram os moradores da zona que partiram a vedação e criaram uma passagem pedonal, com algum perigo é certo, porque os caminhos-de-ferro não cuidaram de criar as condições para o seu atravessamento em segurança.
Porem o problema não se coloca apenas em torno dos peões mas também em torno do condicionamento do desenvolvimento de algumas povoações, como é o caso da Fuzeta, onde o acesso à povoação é feito ou pela ponte grande onde apenas consegue passar um carro de cada vez, ou pela passagem de nível, agora automatizada, criando constrangimentos ao transito no acesso à localidade.
Os caminhos de ferro foram criados, como se vê pela data da inauguração da estação de Olhão, numa época de escassos recursos tecnológicos o que levou a traçados e a situações que hoje se tornam inconcebíveis.
O tempo e os recursos gastos nas diversas intervenções feitas e a fazer para dotar o caminho de ferro de condições de operacionalidade compatíveis com os tempos modernos, dava para que de uma vez por todas se pensassem em o enterrar, isto é, com recurso a tuneladoras o fizessem debaixo do solo, pelo menos junto das povoações.
E não será pela electrificação da linha, uma melhoria significativa, é certo, em termos de economia, velocidade e conforto para a empresa e utilizadores, mas de pouca valia para as povoações abrangidas.
Está mais que visto que os caminhos de ferro estão-se borrifando para as populações e pouco receptivos aos seus legítimos interesses, questionando-se sobre que atitude a tomar pelo Povo quanto ao encerramento das passagens pedonais. Devem ou não, continuar a destruir aquilo que o caminho de ferro constroi?
Aproveito para lembrar que no passado, foi pelo recurso da destruição nocturna do trabalho diurno feito pelo caminho de ferro, aquando da construção do troço da Fuzeta à Luz de Tavira que o Povo da Fuzeta evitou a destruição dos olheiros existentes junto à sua estação, obrigando-os a desviar-se do traçado original.
LUTEM!
REVOLTEM-SE, PORRA!
a CP fecha? o pininha não faz nada?
ResponderEliminarNão se apoquentem o povo logo abre.
Não entendo como é que se pode chamar de alternativa ao outro percurso por baixo se não permite que se atravesse a estrada! Já não dá para atrevessar a avenida de um lado para o outro! Devo ser o único com essa necessidade, ou então, com cabeça para ver este impedimento sem alternativa.
ResponderEliminarÉ preciso ir dar uma volta gigante até às finanças ou até ao tribunal para atrevessar a avenida e chegar, por exemplo, à farmácia. Uma volta enorme não é uma "alternativa" é um bloqueio.