RIA FORMOSA: VAMOS DEIXÁ-LA MORRER?

A Ria Formosa é um espaço lagunar, eco-sistema rico em biodiversidade, que serve de maternidade de diversas espécies piscicolas, algumas de valor acrescentado, bem como zona de produção de bivalves.

A Ria Formosa foi classificada como Zona de Protecção Especial, Sitio de Interesse Comunitário, abrangida pela convenções de Ramsar e de Berna e como tal integra a Rede Natura 2000.

A Ria Formosa está abrangida pelos Plano de Ordenamento do Parque Natural da Ria Formosa e pelo Plano de Ordenamento da Orla Costeira.

A Ria Formosa, é composto pela margem terrestre, e a margem oceânica é composta por ilhas barreira ficando no meio uma vasta zona de sapal.

Apesar dos seus recursos naturais, a Ria Formosa é encarada pelas diversas entidades publicas que tutelam este espaço, apenas do ponto de vista do turismo, não respeitando minimamente os valores ecológicos, ambientais e sócio-económicos presentes.

Afectada por fontes de poluição com origem em entidades publicas que se encobrem umas às outras, omitindo e mentindo, e destruindo uma parte muito significativa das actividades tradicionais e  de grande valor sócio-económico.

Mas o que nos trás hoje aqui, não é a poluição, mas a degradação do cordão dunar, particularmente na zona de Cacela Velha, apresentando imagens do passado e do presente para que os nossos leitores possam fazer a comparação. Em cima temos uma imagem antiga, antes da abertura aberta por encomenda, e as restantes duas tiradas muito recentemente e que fazem parte de uma colecção maior.

Poderíamos, e daqui lançamos o apelo aos moradores da Praia de Faro que nos enviem imagens do passado e presente da sua Praia para fazermos o mesmo tipo de trabalho.

As ilhas-barreira, tal como o nome indica, são uma barreira natural contra o avanço das águas, nomeadamente em situação de vendaval. 

Em regra, o nível da margem terrestre não assegura que numa situação de vendaval, as zonas ribeirinhas não fossem completamente inundadas, se as ilhas-barreira não se interpusessem e as defendessem.

Para alem de outros factores, bastaria esse para que as entidades publicas mantivessem a integridade do cordão dunar da Ria Formosa, protegendo as pessoas e bens e o património edificado, algum dele secular e histórico, como acontece com Cacela Velha.

Os galgamentos oceânicos e abertura indevida da barra, põem em risco a povoação de Cacela Velha e muito particularmente o Sitio da Igreja, por sinal bem alto mas que corre sérios riscos de vir a desmoronar. É que a barreira, que suporta o edificado de Cacela Velha, é de arenito e se a agua chegar à barreira é bem provável que a danifique e acabe por destruir tudo o que ali existe.

Nem com o exemplo da arriba da Praia da Maria Luísa, as nossas entidades aprendem a lição.

Já foram apresentadas soluções de baixo custo capaz de inverter esta situação, e que serviriam para aplicar noutros locais, evitando às constantes dragagens como as que têm vindo a fazer nas zonas turísticas, jogando dinheiro fora, porque são sempre soluções temporais.

Por razões de segurança de pessoas e bens, as zonas de intervenção prioritárias seriam Cacela Velha e a Praia de Faro, Culatra e Farol, não descurando a Fuzeta que ameaça abrir nova barra.

Ao invés disso vimos gastar-se o dinheiro, o nosso dinheiro diga-se, em intervenções propagandisticas, que não salvaguardam os residentes e seus bens, não asseguram a qualidade ecológica das águas conquicolas e piscicolas, nem contribuem para o desenvolvimento económico e social de quem vive da Ria Formosa.

Porque não nos juntarmos todos e discutir seria e profundamente os problemas da Ria Formosa?

Ou preferem deixar morrer a Ria Formosa?

VAMOS À LUTA!

REVOLTEM-SE, PORRA!