Está a fazer um ano que as áreas de produção de bivalves da Ria Formosa foram desclassificadas o que levou ao protesto generalizado dos produtores a quem as entidades publicas, como bons aldrabões, muito prometeram e nada cumpriram.
O palhaço feito presidente da Câmara Municipal de Olhão conseguiu conter a revolta desviando as atenções para outras acções, mas comprometeu-se, aliás afirmou mesmo ter 500 mil euros para resolver o problema dos esgotos directos, que não resolveu.
Pelo meio, ficou um despacho do secretario de estado do mar que dava de bandeja o ouro ao bandido pondo as Câmaras a fiscalizarem as suas redes de saneamento e à Agência Portuguesa do Ambiente (Poluição) o licenciamento e fiscalização do funcionamento das ETAR
E entre outras aldrabices, constava a construção de uma nova ETAR que já estava, à data, em fase de Avaliação de Impacto Ambiental, o que não correspondia à verdade.
Passado um ano a situação está tal como estava antes da desclassificação.
Para aqueles que não nos acompanharam ao longo dos tempos nesta luta, recordamos que a contaminação microbiologica tem o seu epicentro nas ETAR Poente de Olhão e Nascente de Faro e ainda nos esgotos directos, com maior impacto na zona de Olhão.
Estas ETAR funcionam com um tratamento secundário, manifestamente insuficiente para a remoção da contaminação microbiologica e ainda agravam mais o problema pelos nutrientes que descarregam e que estão na origem indirecta da elevada taxa de mortalidade dos bivalves.
A área de produção de bivalves é de 4,500.000 m2 e se as condições ambientais fossem outras era possível obter uma produção media de 2Kg/m2, ou seja cerca de 9 mil toneladas/ano com um valor equivalente a 90 milhões de euros, só de ameijoa-boa. Na actualidade e fruto da poluição da Ria Formosa não se obtém mais de 0,3kg/m2.
As ETAR descarregam entre outros nutrientes, grandes quantidades de fosforo e azoto, substancias utilizadas como fertilizantes, que no meio aquático, aceleram o crescimento o crescimento de algas, que entram em competição pelo oxigénio dissolvido na agua, oxigénio esse que vai depois faltar às outras espécies. E de tal forma acontece, que as plantas de fundo, mais conhecidas por seba tem vindo a desaparecer. A seba, para alem da produção de oxigénio é também importante neste complexo sistema por servir de local de desova de espécies piscicolas de valor.
E como se isso não bastasse, as ETAR descarregam grandes quantidades de fitoplancton, potencialmente toxigeno que em condições ambientais favoraveis, promovem a sua "floração" as chamadas biotoxinas marinhas, nocivas para a saúde humana.
A tudo isto há a acrescentar a enorme quantidade de matéria orgânica em suspensão, fezes, que cria o ambiente propicio ao desenvolvimento de agentes patológicos que estão associados à morte da ameijoa-boa como o Perkinsus altlanticus.
Ou seja, sem erradicar de vez, estas descargas, a produção de bivalves e não só, está cada vez mais ameaçada.
E para que todos os nosso leitores percebam o que está em causa, torna-se necessário atribuir um valor económico as actividades tradicionais da Ria Formosa, que já vimos, só em ameijoa-boa, ser capaz de gerar mais valias locais na ordem dos noventa milhões de euros, a que há a acrescentar a parcela das restantes espécies, de menor valor, mas que pela sua quantidade fariam dobrar aquele numero. Resumindo o valor económico das actividades tradicionais da Ria Formosa, nunca poderia ser inferior a 180 milhões de euros, uma riqueza enorme, que apesar da sua dimensão, é desprezada pelas entidades publicas, em nome de um desenvolvimento turístico, que engordará as algibeiras de alguns, poucos, mas que deixam o Povo de Olhão na maior das misérias.
Se da parte da Câmara Municipal, socialista, não podemos esperar por melhores dias, o que dizer do PSD? O próprio deputado Cristóvão Norte comprometeu-se a promover uma audição publica agendada para Setembro, mas não teve tempo para isso. Talvez que durante a próxima campanha eleitoral, apareça por cá, à procura de votos. Uns e outros defendem o empobrecimento do Povo e neste caso do Povo de Olhão.
REVOLTEM-SE, PORRA!
Fico entristecido com certo palavriado tendenciosamente inserido em certos comentários que tentam assombrar a vida de determinados colaborantes na administraçao directiva da CMO. Sempre tive o maior respeito,(e mantenho) por tODOS, durante o tempo em que tive contactos aquanndo das reuniões em Assembleias de trabalho.Tempos em que me disseram "O Senhor é sempre bem-vindo" as nossas reuniões"...
ResponderEliminarVenho aqui contar o que vi escrito esta manhã na travessa do cimento,alguem teve a coragem de afichar o que está a vista de todos que lá passam a pé" Travessa da merda dos cães " nada tenho contra os animais, mas os donos são os responsáveis por aquela miséria em que se encontra toda aquela zona, não basta o mau cheiro a urina e ter que fazer atenção para não sujar os sapatos. Será que, quem está na Camara, não vê estas situações e criar uma portaria e atacar este flagelo, com coimas severas, se nada for feito, a nossa Terra, nunca deixará de ser a terra mais suja e porca do sul do nosso Pais, como tem a fama de ser.
ResponderEliminarMas esta situação, é por todo o lado, aonde vivo, nesta urbanização nova aqui ao fundo do bairro dos pescadores, é so ve-los passar com os lindos animais, pelas calçadas e espaços verdes, mas ninguém apanha os dejetos,certamente na casa deles fazem o mesmo, que falta de civismo e ninguém pode dizer nada