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domingo, 2 de novembro de 2014

RIA FORMOSA: DEMOLIÇÕES SÃO DECISÃO POLITICA!

Ainda que as casas das ilhas barreira se situem em terrenos do Dominio Publico Maritimo, a verdade é que a haver igualdade no tratamento das questões que envolvem aquele Dominio, todo o edificado nele contido deveria ser demolido. No entanto verifica-se que as entidades publicas, a começar pelos governos socialistas ou social-democratas, são elas proprias a promover, a apoiar, a facilitar ou a favorecer interesses que nada têm a ver com a salvaguarda do patrimonio do Estado, isto é de todos nós.
Para proceder ás demolições inventaram um POOC e um POPNRF, em que se um diz mata o outro diz esfola, a pretexto de renaturalizar (demolir) as ilhas barreira. Como se vê na Ilha Deserta, a renaturalização deu lugar a um enorme apoio de praia, ficando o seu proprietario na posse unica e exclusiva da exploração daquela ilha.
O POOC define desde logo os criterios a que devem obedecer os chamados apoios de praia, apontando para uma "privatização" de faixas da praia, em que o uso terá de ser pago em detrimento da livre fruição publica, o que deixa antever o que está na forja.
São estes planos de ordenamento que condicionam as actividades tradicionais da Ria Formosa, criando zonas de interdição absoluta da presença humana para pescadores e mariscadores mas que permite o uso balnear, como se não fossem compatíveis as duas actividades. São estes planos que condicionam com restrições a náutica profissional e ao mesmo tempo apoiam e fomentam a náutica de recreio, como se houvesse qualquer incompatibilidade entre elas.
Sobre o cordão dunar inventam-se os maiores disparates atribuindo-se as culpas aos mesmos de sempre, pescadores e mariscadores, pelo pisoteio quando todos sabem que ele tem origem nos veraneantes.
Quando foram lançadas as petições para a suspensão dos planos de ordenamento que afectam a Ria Formosa, algumas das associações das ilhas barreira depois de se terem mostrado solidarias, roeram a corda, justificando-se com razões de índole politica.
Não é por acaso que o governo tem tanta pressa nas demolições. O POOC foi aprovado em 2005 e com duração prevista para dez anos, ou seja estamos a um ano de uma "providencial" revisão, revisão essa que pode permitir a edificabilidade nas zonas agora objecto de demolições. E certamente que se justificarão com construções em madeira e no sistema de estacas para permitir a livre circulação das areias.
A verdade é que os governos, sejam eles do PS ou do PSD, elevaram o turismo à condição de eixo essencial e prioritário do desenvolvimento e por isso se preparam para entregar todo aquele vasto território à exploração de interesses alheios ao Povo em geral. Essa é a razão principal das demolições e só não foi já levada á pratica porque entretanto veio a crise em que mergulharam o País com este tipo de apostas. Portanto a aposta passa por gastar dinheiro nestas demolições, sem qualquer retorno, em lugar de levarem à pratica medidas de defesa da erosão costeira ou da navegabilidade das barras, bem mais económicas e de maiores benefícios para as populações locais.
Uma correcta politica de defesa da erosão costeira permitia que as manchas de areal crescessem em largura e altura, criaria condições para a pratica do surf e um banco de biodiversidade que só enriqueceria a costa e consequentemente a pesca e o turismo.
Os moradores das ilhas barreira devem unir a sua luta à dos pescadores e mariscadores, criar uma comissão que os represente e dar luta a esta canalha que mais não sabe que oprimir os mais fracos.
REVOLTEM-SE, PORRA!
LUTEM, PORQUE SEM LUTA NÃO HÁ VITORIA! 

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