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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

GOVERNO E CÂMARAS MATAM A VIDA NA RIA FORMOSA

Quer o Governo, quer as câmaras municipais na área da Ria Formosa, vêm há décadas matando a vida na Ria Formosa com o objectivo final de acabarem com as actividades económicas tradicionais como a pesca, moluscicultura ou a salinicultura.
O meio utilizado para acabar com estas actividades é lançando a poluição com as descargas das águas residuais urbanas ricas em fosforo e azoto, nutrientes utilizados na agricultura para ajudar a desenvolver as horto-fruticolas, do mesmo modo que quando descarregados nas águas da Ria Formosa, originam o crescimento acelerado das plantas marinhas que no seu processo de competição pelo oxigénio dissolvido na agua, acabam por sucumbir as mais fracas. Há também a elevada carga de matéria orgânica em suspensão que turva a agua, não permitindo às plantas de fundo realizarem a fotosintese pela qual produzem oxigénio. Foi assim que desapareceu a seba, abrigo de algumas espécies piscicolas para a desova.
Para que os nossos leitores compreendam a importância do que está em causa, é preciso atribuir um valor económico resultante daquelas actividades e comparar o que se tem e o que se poderia ter sem os efeitos da poluição.
A área de produção de bivalves tem 4.500.000 m2 e neste momento a produção de ameijoa-boa oscila entre os 0,25 a 0,3 Kg por m2 que poderiam valer no mercado cerca de 12.000.000. Se não houvesse poluição, e segundo dados do IPMA poderia atingir-se entre 2 a 3 Kg por m2 ou seja oito vezes mais e como é óbvio cerca de 96.000.000.
Se ao valor da ameijoa-boa juntarmos os das outras espécies, então podemos dizer que o valor económico das actividades tradicionais da Ria Formosa, é superior a cento e oitenta milhões de euros, de mais valias locais, algo que nenhum outro sector da actividade económica é capaz de produzir.
Mas os nossos governantes e autarcas não pensam assim, preferindo criar restrições ao Povo que labuta na Ria mas permitindo tudo ou quase tudo para o uso balnear, tal como decorre dos planos de gestão territorial, porque, para eles, um certo sector turístico.
O turismo defendido baseia-se na construção de grandes infra-estruturas, às quais são necessários investimentos públicos de alguma grandeza, cuja contra-partida no desenvolvimento económico e social se resume a pouco mais dos que os salários pagos aos trabalhadores.
Que o governo, se é que governa alguma coisa, pense assim na procura de equilibrar a balança de pagamentos não admira mas só por desconhecimento do facto da maior parte dos produtos da Ria se destinarem à exportação. Já quanto às autarquias, particularmente as de Olhão e Faro, onde se concentra a maior zona de produção de bivalves do País, o mínimo que podemos dizer é que, para alem do desconhecimento revelado, estão-se pura e simplesmente borrifando para aqueles que pelo voto os levaram ao Poder.
Curiosamente, governos e autarcas, melhor dizendo todo o aparelho de estado, está enfeudado de gentinha dos partidos que os suportam, PS e PSD que nada fazem pelo Povo.
Já vai sendo tempo de correr com esta gentalha e pôr no seu lugar alguém que defenda os interesses do Povo.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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