Dos meus amigos Luis Alexandre e João Martins dois excelentes textos que ilustram bem a forma como o Poder de Lisboa se faz exercer na Ria Formosa.
No primeiro caso, o texto foi surripiado do jornal Barlavento, e mostra como começaram as construções nas ilhas barreira, remontando ao seculo XIX, em junco inicialmente e montadas por pescadores, num periodo em que ninguem ali queria habitar, até aos dias de hoje, com a industria do turismo, sempre apoiada pelos governos, a ditar as regras da ocupação dos solos e muito especialmente no que diz respeito às praias, reservando para si, pelo anadar da carruagem, o direito exclusivo da utilização e exploração de um recurso natural que é pertença de todos nós.
Diz e muito bem o Luis Alexandre que
As demolições na Ria Formosa são decisão politica
Exmo.
Sr. Diretor Com a presença humana secular sobre o cordão dunar em respeito
absoluto com a natureza, a concessão às Câmaras Municipais de Faro e Olhão de
áreas desafetadas do domínio marítimo alterou as relações de força, com o
estatuto social dos anos 50 e
TEMAS: Cartas
ao diretor
Muitas das humildes barracas passaram a casas de valor acrescentado,
misturando-se com as populações de pescadores, particularmente na ilha de
Faro, onde a mobilidade está servida de cais de acostagem e ponte rodoviária.
Nas outras ilhas barreira apenas dependentes da navegação, o assédio foi
menor, com o surgimento de outras habitações mais ligado a raízes familiares
e à fixação de novas gerações de profissionais da pesca e mariscadores.
Toda esta ocupação foi feita debaixo dos olhos das autoridades ou a com a sua
conivência e rendimentos, e só mais tarde condicionada pelos planos de
ordenamento da costa algarvia...
Nos últimos anos, com a visibilidade dos recursos naturais da Ria Formosa e a
saturação do Barlavento algarvio, os ventos do poder em Lisboa (PS, PSD e
CDS), encetaram uma linguagem de suposta mudança, de necessidade de
requalificar e renaturalizar esta área lagunar, ao mesmo tempo que foram
impondo regras apertadas e injustas sobre os milhares de profissionais que
ali vivem, privilegiando as utilizações e apoios para uso balnear - casos da
Deserta e da Fuzeta -, pondo anos a fio na gaveta renovadas promessas
eleitorais de regeneração dos fundos com as dragagens vitais para a
reprodução da riqueza, tal como a construção dos equipamentos para travar as
descargas poluentes nos concelhos de Faro e Olhão.
No fundo, a estratégia governamental da renaturalização entregue a uma
corporação de empregos no Programa Polis em conjunto com as Câmaras, ataca
mais sobre a areia e deixa as águas ao abandono, deixando transparecer que se
trata de razões políticas e interesses ainda não esclarecidos que regem a
presença de um ministro para lançar a primeira pedra abaixo em barracos
irrelevantes numa margem do canal da cidade para a praia de Faro.
A investida das demolições, antecedida de justificações que foram caindo,
refugia-se tenuamente nas condições de segurança de bens e pessoas, tombado o
argumento do domínio marítimo violado em vários locais da linha de água
(Fuzeta, Cabanas de Tavira e na Praia de Faro).
E falar de insegurança sobre casas em zonas de uma maneira geral seguras em
contraste com os «arranha-céus» autorizados e desprotegidos, afirma-se uma
falácia que realça a injustiça denunciada firmemente pelos moradores e
pescadores, que inclusive pediram explicações ao executivo camarário, ouvindo
evasivas, enquanto preparava com o Governo um simulacro policial
intimidatório, demonstrando que tem um plano que pode recorrer à violência
sobre quaisquer atos de resistência.
Luís Alexandre *Cidadão
11 de Dezembro de 2014 | 20:51
Luís Alexandre*
À falta de outros argumentos, os decisores politicos, sejam eles do PS ou do PSD/CDS, num assomo da prepotencia, da arrogancia e do quero, posso e mando que caracterizam a forma como têm governado ou, melhor dizendo, destruído o País, não t~em o menor pejo em jogar mão do aparelho repressivo, passando por cima da lei, numa clara demonstração de força na tentativa de intimidar os moradores das ilhas barreira e torná-los obedientes mesmo que estejam a ser espoliados de direitos fundamentais como o Direito à Habitação.
E se bem o pensaram, melhor o executaram como nos dá conta o João Martins nos post surripiado da sua pagina no facebook.
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Diz o velho ditado que depois do vendaval vem a bonança.
Pois bem meus amigos,o vendaval já chegou e muito forte,mas não há sinais de bonança.
Vem isto a propósito das demoliçoes que ontem
tiveram inicio na praia de Faro.Aquilo mais parecia o desembarque das tropas em
Dunquerque,com um forte aparato de forças de segurança e uma embarcação de
grande porte daquelas tipo da gueera com a popa móvel para o desembarque das
tropas.
Começou o dividir para reinar e como bom Portuga,enquanto acontecer aos outros
tou-me borrifando.
Mas não pode ser assim e as Direçoes das
Associaçoes tanto da Culatra,Farol e Hangares,já deviam ter tomado uma posição
forte.Temos que nos insurgir ruidosamente contra estas demoliçoes, porque
estamos num Estado de Direito e o Governo tem o direito e o dever de cumprir
com a Constituição da Républica Portuguesa.
Não pode haver dois pesos e duas medidas,perante a
lei somos todos iguas e temos o direito de usufruir dos mesmos direitos e
garantias.
Vamos para a rua,vamos manifestarmo-nos junto ás
camaras Municipais,vamos ao Parque da Ria Formosa,vamos demonstar aos Srs. da
Pólis que somos Portugueses de segunda é certo mas queremos os mesmos
direitos,vamos aos tribunais,se for preciso ao tribunal Europeu dos Direitos do
Homem.Hoje acordei assim muito mal disposto por fazer parte deste País .... de
MERDA.
Como diz o outro REVOLTEM-SE PORRA,NÃO NOS DEIXEMOS
CAGAR EM CIMA
Revoltem-se, Porra!
Quem luta está sujeito a morrer, quem não luta já está morto.
ResponderEliminarGente morta, aquela que se submete de forma voluntária à vontade da MAFIA.