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quarta-feira, 22 de abril de 2015

RIA FORMOSA: IPMA CAMBALACHEIRO!

Já se passaram alguns dias desde que foi interdita a apanha de bivalves na Ria Formosa e continuamos a assistir a um exercício de branqueamento, se não algo mais grave, por parte do IPMA, entidade sobre a qual recaem todas as responsabilidades pelo que possa vir a acontecer.
Desde a nossa primeira intervenção, a situação alterou-se para pior, mantendo-se em vigor o edital emitido no passado dia 17. Segundo este edital em toda a costa algarvia está interdita a apanha de bivalves, interdição essa resultante da presença da biotoxina DSP (diarreica).
Qualquer pessoa que acompanhe o desenvolvimento desta actividade, compreenderá que, estando toda a costa contaminada com as biotoxinas, e considerando que as águas da Ria Formosa estão sujeitas à influencia das marés, entrada e saída de águas vindas da costa, seria óbvio que toda a Ria estivesse interdita.
Acontece que na zona de Tavira apenas está fechada Tavira 2, na Fuzeta , Fuzeta 1, em Olhão, Olhão 3, 4 e 5, ficando fora da interdição toda a zona de Faro, Olhão 1 e 2, parte da Fuzeta e parte da Tavira.
Como é possível que tal aconteça?
A irresponsabilidade do IPMA nesta matéria é confrangedora, porque é ele próprio quem está a pôr em causa o futuro da produção de bivalves na Ria e particularmente na zona de Olhão.
É em Olhão que se encontra o principal núcleo de produção de ameijoa-boa mas também dos maiores armazenistas (depuradoras).
Aquilo que levou à desclassificação das zonas de produção em Novembro de 2013, foi o envio de umas toneladas de berbigão para a industria espanhola que ao detectar a presença de biotoxinas na carne do marisco comunicou à União Europeia, que por sua vez fez deslocar o Comité de Veterinários a Portugal e este descobriu a falta de analises.
Ao deixar abertas algumas zonas, pode muito bem acontecer que algum marisco contaminado com biotoxinas, chegue novamente à industria espanhola, e dê origem a nova queixa junto do UE.
Para alem daquilo que pode resultar se isso vier a acontecer, podemos também estar em presença de algum risco para a saúde publica, motivo que levou à audição do secretario de estado do mar e do presidente do IPMA na Comissão Parlamentar no inicio de 2014, e que pode pôr em causa toda a produção de bivalves na Ria Formosa.
Pelo menos a justificação dada pelos responsáveis políticos para decretarem a desclassificação das zonas de produção, foi a do risco para a saúde publica.
A 27 de Fevereiro de 2014, o secretario de estado fazia emitir um despacho no qual responsabilizava as câmaras municipais pela monitorização das redes de águas pluviais. Ora em Faro e também em Olhão continuamos com esgotos directos, mesmo depois do presidente ter afirmado em publico que tinha 500 mil euros para os eliminar, mas até hoje nada feito.
Certo é que estamos perante um cambalacho de todo o tamanho promovido pelo IPMA, talvez por saberem que a presença de biotoxinas está associada às descargas das ETAR, que são de outra entidade publica. BRANQUEAMENTOS À MODA PORTUGUESA!

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