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terça-feira, 28 de julho de 2015

RIA FORMOSA: DRAGAGENS, DRAGADOS E A DEFESA DAS PRAIAS


As imagens que hoje publicamos foram retiradas da Revista da Ordem dos Engenheiros, a INGENIUM de Maio de 2014. O texto reproduzido é da autoria do professor José Carmo Antunes da Universidade de Coimbra. Os professores Carmo Antunes e Alveirinho Dias, da UALG, têm uma vida dedicada aos fenómenos da erosão costeira, e apresentam o recurso a recifes artificiais multi funcionais em mangas de geotexteis como uma das possíveis soluções para a protecção da costa, particularmente dos cordão dunar existente na costa portuguesa.
A própria Sociedade Polis, em 2011, quando ainda presidida pela Valentina Calixto, admitia como solução a ponderar para defesa de pessoas e bens na Ria Formosa, a criação de recifes artificiais multi funcionais.
Apesar disso, e mesmo depois de termos chamado a atenção para o erro, a ARH, decidiu avançar com dragagens para reforço das Praias de Loulé, numa extensão de 6000 metros, por quarenta de largura e 4 de altura, ou seja mais de um milhão de metros cúbicos de areia para que passados dois anos, estivesse tudo na mesma.
Neste momento estão em curso, dragagens na Ria Formosa, com especial ênfase junto do Cais Neves Pires onde o grau de contaminação por metais pesados é bastante elevado. A própria Declaração de Impacto Ambiental (DIA), previa que no momento fossem feitas analises aos dragados para definir qual o seu destino.
Tudo leva a crer que não só não foram feitas quaisquer analises, como a utilização destes dragados para reforço do cordão dunar da Ilha do Farol, não é mais do que uma medida retaleatoria contra os moradores das Ilhas.
Na DIA diz-se também que este tipo de intervenção não deve ser efectuado durante a época balnear, o período compreendido entre os meses de Junho a Setembro, mas a verdade é que a Sociedade Polis teima em infernizar a vida das pessoas.
Por outro lado, a definição das prioridades, deveria ter em conta as situações de risco para pessoas e bens, e neste caso estaria a Praia de Faro em primeiro lugar, logo seguida de Cacela. Mas, para a Sociedade Polis, que nunca teve como prioridade a defesa de pessoas e bens, porque esse é o argumento para correr com os moradores da Praia de Faro, torna-se mais importante degradar as condições de vida dos moradores deste bocado da Ilha da Culatra, embora saiba que passados escassos meses, tudo vai voltar à situação anterior ao enchimento da Praia.
Toda a costa algarvia apresenta condições para o recurso aos recifes artificiais multi funcionais, como forma de assegurar o futuro das nossas praias. Os custos destes recifes não são muito superiores ao custo das intervenções programadas, já que são enchidos com a agua e a areia das dragagens, mas com areias limpas, não a porcaria que estão jogando para cima da Ilha.
Atendendo ao custo/beneficio de que tanto falam os nossos governantes, seria lógica a opção pelos recifes artificiais multi funcionais, até porque o LNEC realizou testes laboratoriais para se assegurar da sua viabilidade, estudos esses que foram publicados na Revista de Gestão Costeira Integrada.
Este tipo de intervenções, geralmente faz-se entre os meses de Março a Junho, e nunca em plena época balnear.
Depois de matarem a Praia de D. Ana, segue-se o Farol. Que mais irão fazer os jhiadistas do governo?
REVOLTEM-SE, PORRA!

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