Desde o inicio desta pagina que temos vindo a alertar para a situação de degradação na Ria Formosa, mas já não estamos sozinhos. Numa interessante reportagem da RR são os produtores a queixar-se e não nós a denunciar, como se pode ver em https://www.google.com/url?rct=j&sa=t&url=http://rr.sapo.pt/noticia/43641/a_ostra_francesa_esta_a_contaminar_a_ameijoa_da_ria_formosa&ct=ga&cd=CAEYACoUMTQyNzE2MjIxNTY5MTA1ODI0MDkyGjIzODhjNDZjMTEyOTEyY2M6Y29tOnB0OkJS&usg=AFQjCNHgyUT0AlzUxF2-6oMnzlPVGOwTGw.
A Ria Formosa está sob o estatuto de Zona de Protecção Especial e o próprio Regulamento do Parque Natural da Ria Formosa proíbe a intrusão de espécies não autóctones, como é o caso da ostra francesa, quando devia obrigar à produção da ostra portuguesa. O Parque Natural da Ria Formosa integra o ICNF, ex-tanta coisa, mas que sob a sua orientação, foi implementada a produção da ostra portuguesa no Rio Sado, o mesmo que devia fazer aqui.
Há muito que denunciamos o facto da ostra de semente oriunda da Baía de Arcachon, em França, estar contaminada com o vírus do herpes, o que tem levado a taxas de mortandade na ordem dos 100% naquela região.
Também em tempos denunciámos o facto de um produtor que ao ter comprado ostra de semente nas ilhas britânicas e que por o transporte ser feito de avião, estiveram as ostras sujeitas ao controlo da autoridade veterinária para verificar do estado fito-sanitário das mesmas, o que não acontece quando o transporte é feito por terra como no caso da ostra francesa. Registe-se que em qualquer dos casos, as ostras vêm acompanhadas de um certificado de salubridade, os quais nuns casos são ignorados ( os britânicos) e validados os segundos (franceses).
E a confirmar, é o próprio IPMA a dizer na reportagem que as ostras mortas na Ria de Alvor revelaram a presença do vírus embora menosprezando os efeitos do mesmo. Mas o IPMA não se fica por aí e vai apontando o dedo para a elevada taxa de mortandade registadas, à elevada carga orgânica e às microalgas tanto na Ria de Alvor como na Ria Formosa, reconhecendo assim que é a poluição que está a destruir umas das grandes atividades económicas tradicionais nas duas rias.
Competia ao IPMA enquanto instituição publica, proceder à reprodução da ostra portuguesa e fornecer a ostra de semente portuguesa aos produtores, mas não o faz. Recentemente foi criada uma empresa privada que o faz, mas cuja divulgação é fraca.
Tudo se insere numa política de destruição do sector produtivo nacional a mando da UE, mas que no caso defende a ostra e os produtores franceses, os grandes beneficiados da situação.
Claro que nesta matéria as entidades publicas falham em toda a linha, não promovendo e apoiando um recurso natural nacional. No momento, a venda de ostra adulta está em queda porque causa do bloqueio à Rússia que impede os franceses de exportarem as ostras para lá, mas isso também mostra que afinal o grande consumidor não é a França mas sim a Rússia. Sendo assim, os responsáveis pelo comercio externo deviam fazer a ponte entre os produtores portugueses e os importadores estrangeiros para alem dos franceses, com ganhos assinaláveis, já que são os intermediários franceses a ganhar as mais valias sobre um produto produzido em Portugal.
Mas enquanto fazem e não fazem, os bivalves vão morrendo fruto da poluição dos mares, com origem nos esgotos directos, no mau funcionamento das estações elevatórias ou das ETAR.
Enquanto os produtores de bivalves da Ria Formosa e Ria de Alvor não juntarem forças contra a poluição jamais conseguirão os níveis de produção do passado, pelo contrario, definharão ano após ano.
REVOLTEM-SE, PORRA!
"Tudo se insere na destruição do tecido da produção nacional"! Verdade nua e crua, já impossível de disfarçar, por mais que tentem. Porquê, com que objectivo?
ResponderEliminar