RIA FORMOSA: CAVALOS MARINHOS E POLUIÇÃO

Foi anunciada, para inicios de Abril, a Semana da Ria Formosa, a que deram como símbolo, o cavalo marinho.

Na Ria Formosa existiu, em tempos, a maior comunidade mundial de cavalos marinhos. Mas isso foi em tempos, porque desde que instalaram as ETAR, aquela comunidade te vindo a ver reduzida a sua expressão, nada que incomode as pessoas, que esquecem que o cavalo marinho é um bio-indicador da qualidade ecológica das aguas da Ria Formosa, pelo que os mesmos que ignoram a importância desta espécie, deveriam estar mais atentos ao que se passa na Ria.

A Semana da Ria Formosa tem nos seus maiores poluidores, o apoio e promoção da iniciativa que conta também com a colaboração de uma associação ambientalista que nunca se pronunciou sobre a poluição da Ria Formosa.

Umas das entidades participantes nesta mentira, é a Aguas do Algarve, a responsável pelas ETAR e que tem como vogal do conselho de administração o nosso conhecido Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão.

Pensando que ninguém fiscaliza a sua acção, não publica os resultados analíticos das aguas residuais que descarrega na Ria Formosa, mas nós que já andamos nisto há muito tempo, não dispensamos uma visita regular ao site da Aguas do Algarve, onde constatámos que desde Agosto de 2014 que não publicam as analises de todas as ETAR do Algarve.

Pina como vogal da administração deveria vir explicar o que se passa com a sua empresa mas como tem o problema dos esgotos directos, prefere ficar calado, que isto de poluição só dá chatice. A única preocupação dele, no que às aguas residuais diz respeito, é a contaminação fecal como se fosse essa que matasse os bivalves.

A contaminação fecal tem implicações a nível da classificação das zonas de produção e só se tornará problemática se os níveis de contaminação determinarem uma desclassificação para classe C. Claro que se ele defendesse a Ria Formosa como boa zona de produção, lutaria para que se criassem condições para que pudesse vir obter a categoria A, mas isso não lhe interessa e muito menos, combater a verdadeira poluição, aquela que mata e destrói.

É que a sua produção de ostras geneticamente modificadas para resistir a certas formas de poluição permite-lhe, ainda retirar algum proveito, ao mesmo tempo que os produtores de ameijoa vão vendo cada vez morrer mais ameijoa.

Claro que isso também é do interesse dos governos que querem correr com todos os que trabalham e vivem da Ria para que ela se destine exclusivamente ao turismo, fazendo conjugar os planos de ordenamento e demais legislação por forma a conseguir alcançar tal objectivo.

Com Semana da Ria Formosa, ou sem ela, a farsa vai continuar já que a poluição veio para ficar. Quem diria os responsáveis pela poluição arvorados em defensores do bom ambiente da Ria Formosa!