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quinta-feira, 17 de março de 2016

RIA FORMOSA E A ECONOMIA DO MAR ALGARVIO

Existe por aí uma organização com o pomposo nome de Maralgarve que fazendo eco das propostas dos últimos governos no que à economia do mar diz respeito, mais não faz do que agrupar um conjunto de personalidades sempre à espreita da melhor oportunidade de negócios, mesmo que eles impliquem a alteração do modo de via das populações.
Quem integra a Maralgarve?
À cabeça aparece um senhor com uma ilha na Ria Formosa só para ele explorar mas uma ilha que de acordo com os planos de ordenamento está classificada como sendo Zona de protecção total o que significaria a interdição da presença humana. Claro que essa presença só é interdita a pescadores ou a todos aqueles que fazem da Ria o seu modo de ganhar o sustento, já que quanto ao uso turístico tudo é permitido. Estamos a falar na Ilha Deserta, mesmo na outra margem da barra do Farol, onde querem jogar as casas abaixo.
Mas também José Apolinário, eleito deputado pelo circulo do Algarve e agora secretario de estado das pescas, integrava o lote de personalidades não com a intenção de uma oportunidade mas de um mar de oportunidades, ou não tivesse sido accionista da Real Companhia de Pescarias do Sul. 
Para não ficar sozinho, levou pela mão o seu ex-sócio, um tal Farinha, campeão dos apoios comunitários para a pesca. O mesmo que comprou material na sucata mas o apresentou como novo; o mesmo que indexou uma traineira ao projecto da aquacultura para receber fundos para a reparação e logo de seguida a vendeu.
E mais, muitos mais, tudo boa gente, ao que se junta um sector da UALG.
Pois bem, todos estes iluminados vêm um mar de oportunidades em quase todos os sectores menos pesca. Da industria do lazer à aquacultura, passando pelas marinas, tudo muito interessante, só que...
De tudo se fala menos na economia da Ria Formosa, porque essa é para abater!
As entidades publicas envolvidas e o Centro de Ciências do Mar da UALG sabem dos crimes ambientais cometidos na Ria, com as descargas das ETAR e dos esgotos directos, para não falar das fossas.
A Ria Formosa tem um potencial económico superior aos duzentos milhões de euros, só nas actividades económicas tradicionais e que pode ser alargado se for complementado com o sector turístico.
Só que estas bizarras e iluminadas criaturas entendem ser incompatível a presença dos nativos da Ria com aqueles que a visitam, e por isso criam as condições para compelir os pescadores e produtores de ameijoa a abandonar as suas actividades.
Curiosamente, em todas as acções que incidem sobre a Ria Formosa, a Direcção Geral de Turismo é chamada a pronunciar-se, mas não têm a mesma posição em relação à população interessada. Foi assim com a dita nada publica discussão sobre a ETAR, a cagadeira da Ria.
Foi assim quando elaboraram os planos de gestão das áreas protegidas, como assim foi para a elaboração do plano de mobilidade do tráfego na Ria.
Porque não discutem com as populações interessadas?
Quando se fala na economia do mar, vem desde logo à baila o sector turístico, em nome do qual jogarão todas, mas todas as casas da Ria Formosa abaixo, esquecendo que o segmento sol-praia é de elevada sazonalidade e os postos de trabalho aí criados, jamais compensarão os postos de trabalho perdidos no espaço lagunar.
O Povo da Ria Formosa tem de acordar para a alteração do modo de vida que lhe querem impor por decreto.
REVOLTEM-SE, PORRA!

3 comentários:

  1. Longa vida ao OLHÃO LIVRE, por dar a conhecer a realidade que um gang mafioso quer esconder por todos os meios. Acordem e estejam atentos porque muito muito mais está escondido.

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  2. Custa-me a crer que o José Apolinário Nunes Portada tenha sido sócio da Companhia de Pescarias do Sul e pensava eu que o negócio dele herdado da família eram batatas e alfarroba.
    Assim o dizia na apresentação da sua origem de classe.
    Saberá esse senhor profissional da politica diferenciar uma Cavala de uma Sarda?
    Também se diz que o homem é advogado onde é que estagiou?
    Assim vai a politica deste país.
    Sejam felizes.

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  3. entao e ja alguem sabe como vai ser o regulamento do "concurso" ou do processo de renovacao de licencas dos viveiros? pois ja estamos a 3 meses do final delas e nada se sabe....

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