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terça-feira, 10 de maio de 2016

RIA FORMOSA:MAU TEMPO FAZ ESTRAGOS

Desde pelo menos, dois mil e dez, que vimos alertando para a erosão das praias da Ria Formosa como o poderíamos fazer em relação a toda a costa algarvia,mas as entidades publicas com responsabilidades nesta matéria, fazem ouvidos de mercador e depois sofremos as consequências para alem dos dinheiros públicos jogados fora.
As areias das praias na costa algarvia movimentam-se predominantemente no sentido oeste-este, fruto da hidrodinâmica das areias. A principal fonte de alimentação natural das praias são os rios e ribeiras e na costa algarvia também as barreiras de arenito. Só que nos rios foram construidas barragens e nas ribeiras represas que impedem a passagem de sedimentos até à costa.
No Sotavento algarvio, onde se insere a Ria Formosa, não é propriamente esse o caso, não havendo rios ou ribeiras, mas em contrapartida foram abertas barras artificiais cujos molhes impedem e normal circulação de areias.
Este é o maior problema que as praias das ilhas barreira enfrentam e não como erradamente se diz serem as casas.
Em tempos apresentámos uma possível solução à então ministra do ambiente que a remeteu à Sociedade Polis,e que viria a ser considerada como "solução a ponderar" mas que nunca foi aplicada, talvez pela necessidade de fazer obras constantemente.
A solução, já utilizada noutros países,consiste na criação de recifes artificiais multi-funcionais em mangas de geo-têxteis que são enchidos com as areias dragadas. O objectivo desses recifes é alterar a energia das ondas por forma a que as ondas rebentem no plano de agua empurrando as areias para as praias. Nos países onde foram utilizados os recifes e procedidas a sua monitorização, registou-se uma crescimento da mancha de areal até aos sete metros/ano.
As barras naturais estão completamente assoreadas e a necessitar de dragagens cujas areias poderiam servir para o enchimento das mangas, protegendo assim a costa, da mesma forma que poderiam servir para proteger as suas margens.
É possível encontrar literatura sobre o assunto na Revista de Gestão Costeira Integrada, não estando nós a inventar ou a descobrir nada de novo. O próprio Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) fez um estudo laboratorial com recurso a um simulador para ajuizar da possibilidade da utilização dos recifes artificiais multi-funcionais.
Só que como já dissemos, parece que as entidades publicas não estão interessadas em resolver o problema, preferindo vir falar nos milhões que gastam nas intervenções que fazem na costa, omitindo o papel negativo das barragens para a costa portuguesa e da sua responsabilidade em medidas compensatórias que nunca são aplicadas.
Entretanto passam-se os anos sem uma intervenção de fundo que evite os constantes estragos nas praias e que deveriam dar lugar ao pagamento de indemnizações por negligência.
Os prejudicados devem deixar-se de lamurias e agir contra um Estado negligente, exigindo os seus direitos, porque se pagam as concessões, têm o direito a ser protegidos de situações de calamidades evitáveis.
REVOLTEM-SE, PORRA!

4 comentários:

  1. Boas,
    Ouve-se dizer que na barra da Fuzeta, no final do Verão, vão utilizar mangas geotexteis para fixar a barra. Como a Polis fez em Esposende.
    Verdade ou não, eu não sei...

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  2. Poucos têm dúvidas que enquanto os bons incorruptíveis não acabarem ou neutralizarem os maus mafiosos não teremos soluções credíveis para longo futuro. Atamancar uma telha e partir duas são soluções à mafia. Mil vezes o fascista Duarte Pacheco à bandidagem com emblema democrático.Sejam felizes.

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  3. Na fuzeta vão é colocar os cornos da mulher do cara dura mais os cornos da pézinha para fixar a barra.

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  4. Milhões a baldear areia para que o mar em três dias limpe o rabo ao passarinho. Moss atirem-se ao mar, o barco não aguenta tantos inteligentes.

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