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domingo, 5 de março de 2017

OLHÃO: QUE REQUALIFICAÇÃO NA 5 DE OUTUBRO?

Na semana passada assistimos à apresentação da denominada "Requalificação da Avenida 5 de Outubro". Na entrevista concedida ao jornal regional Barlavento e quando questionado sobre uma possivel discussão publica sobre a "Requalificação da Avenida 5 de Outubro", o ainda presidente de câmara, diz não ter de promover qualquer discussão sobre tão importante matéria e que diz respeito a todos e não apenas a uma parte d0 Povo de Olhão.
Sendo verdade que não está obrigado a promover uma discussão publica, qualquer medida que envolva a maioria da população, deveria, no exercício democrático do poder,  fazê-lo, mas todos nós já percebemos que o presidente tem tiques de ditador, impondo a sua visão, indiferente, insensível aos anseios das pessoas, optando por satisfazer pequenos nichos de clientela eleitoral, os seus amigos, camaradas e oportunidades de grandes negociatas.
A visão tacanha que o presidente tem de desenvolvimento, cingindo-o apenas à certo tipo de actividades, particularmente de uma certa forma de turismo, colide com os interesses da população olhanense. Diga-se que metade da nossa população vive abaixo de limiar de pobreza, representado um retrocesso ao nível dos anos sessenta do século passado, apenas disfarçado pelo negócio da caridade.
Regressemos então à 5 de Outubro e às consequências da tal "Requalificação".
Depois de ter posto fim ao estacionamento nos chamados largos históricos, pretende suprimir o estacionamento no lado norte da 5 de Outubro, acompanhado da supressão da circulação automóvel no lado sul dos mercados. Ora mor mais que diga que vai arranjar uns pontos de cargas e descargas, a verdade é que a actividade comercial em toda a baixa vai ressentir-se, começando desde logo pelos Mercados, a grande âncora de toda a baixa de Olhão.
A supressão da circulação automóvel no lado sul dos Mercados, vai certamente afectar o Mercado de rua aos sábados, a que há a juntar a deslocalização dos vendedores de roupa para perto do hotel, retirará da envolvência dos mercados a concentração de pessoas que ainda hoje se vê. Não esquecendo que os operadores dos mercados, particularmente os do peixe, que utilizam as carrinhas isotérmicas para conservar o pescado, os dos talhos a carregar com metade de um boi às costas, ou os da fruta com caixas de batatas, não podendo estacionar naquele espaço que sempre foi deles, aos poucos serão compelidos a abandonar as respectivas actividades, os Mercados definharão até só restarem os edifícios.
Uma leitura mais atenta daquilo que o presidente vem defendendo, turismo,e só turismo, esplanadas e mais esplanadas, aliado ao facto de já ter sido autorizado o acesso a alguns bares pelo interior dos mercados, tudo indicia que o futuro dos mercados passa, na cabeça presidencial, pela reconversão dos mesmos a exemplo do que foi feito em Tavira.
Curioso é ver que as Avenidas da Republica e Bernardino da Silva encurtaram os  passeios para dar lugar a estacionamentos ao contrário da 5 de Outubro.
O nivelamento da via de circulação da 5 de Outubro com os passeios, fazendo subir a cota de alcatrão, pode por  seu lado, transformar as ruas que nela entroncam em autênticas "piscinas", uma vez que os sumidores raramente são limpos e têm dificuldade de escoamento de aguas pluviais, não precisando sequer de grandes chuvadas para que isso aconteça.
O alargamento dos passeios no lado norte da 5 de Outubro, poderão numa primeira fase satisfazer os desejos dos restaurantes ali existentes, mas se na área comercial do Porto de Recreio, de mais de dois mil metros quadrados, instalarem alguns restaurantes e esplanadas, como se prevê, a proximidade com a Ria e o estacionamento perto e gratuito, os agora defensores da medida poderão, a médio prazo, vir lamentar-se da quebra nos seus negócios.
Toda a envolvência da baixa de Olhão, Zona Histórica, Jardins, 5 de Outubro no seu conjunto deve ser amplamente discutida, na procura do maior consenso possível, já que será completamente impossível a satisfação de todos.
Aproveitamos ainda para mandar um recado ao Pina. Esta ou q2ualquer outra cidade deve, desenvolver-se para satisfação dos seus residentes de tal forma que quem nos visita sinta vontade de voltar ou aqui se fixar. Para ver caixotes de betão, encontram os cidadãos estrangeiros em qualquer parte do mundo. Olhão e a sua baixa são únicos!
Porque este presidente de câmara constitui uma autêntica ameaça ao futuro de Olhão, descaracterizando a cidade e o concelho, torna-se imperativo evitar a sua reeleição!

 

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