Nos últimos tempos têm sido publicadas noticias que nos dão vontade de rir, tal a incoerência revelada e que põem a nu, alguns crimes ambientais cometidos por quem tinha a obrigação de proteger um Parque Natural, ao brigo de diversas Convenções Internacionais e por isso ao abrigo da Rede Natura 2000, nada que incomode os criminosos.
Vejamos então o que tem sido dito por estes dias.
O IPMA veio reconhecer aquilo que há muito defendemos suportados em estudos técnicos de que falta oxigénio nas aguas da Ria Formosa, mas simplesmente não diz porque tal acontece, branqueando a actuação criminosa das Câmaras Municipais de Faro, Olhão e Tavira que têm esgotos directos e sem qualquer tratamento a despejar veneno para a Ria; por outro lado o nível de tratamento das ETAR, antigas, novas e outras a construir não removem o fosforo que está na origem do crescimento acelerado de algas que consomem o oxigénio. O IPMA sabe-o melhor que ninguém mas não o diz!
Também o CCMAR da Universidade do Algarve se veio pronunciar em defesa do cavalo-marinho, apontando mais uma vez o dedo acusador aos costumeiros e apresentar soluções que não passam de mais repressão para quem vive da Ria.
O cavalo-marinho é um bom bio-indicador da qualidade ecológica das aguas mas sobre isso nada diz e pior do que isso tenta confundir quem lê aquelas noticias. Em 2002, estimava-se que nas colónias de cavalos-marinhos existissem cerca de 2.000.000 de indivíduos, mas em 2008 a sua população já decrescera para as 300.000, ou seja perdera 85% da sua população. Na altura atribuía-se a quebra à poluição, mas como em tudo, estes cientistas acocorados perante o Poder político, vêm agora com nova versão; estima-se agora que a população de cavalos-marinhos se situe nos 180.000 ou seja 94% com culpas para a captura e venda nos mercados asiáticos, no que acreditamos.
Mas em 2008 quando se registou a grande quebra ainda não se falava naqueles mercados. Então qual a causa da perda de biodiversidade? É que não se trata apenas dos cavalos-marinhos, mas de tantas outras espécies e das pradarias marinhas: Que encobre o CCMAR?
Ao mesmo tempo, anuncia-se a construção de uma nova marina para o cais novo de Faro e logo vieram a terreiro, alguns amantes da náutica de recreio bater palmas sem ter em conta os estragos que vão provocar na Ria Formosa. Vejam a noticia e a imagem do projecto em http://www.sulinformacao.pt/2018/01/projeto-para-revolucionar-porto-comercial-de-faro-convence-ministra-e-investidores/.
Aquela zona tem correntes marítimas muito fortes que uma vez opostas aos ventos criam muita agitação marítima no local, o que é natural. O que não será natural é a penetração pela espaço lagunar, estreitando de forma significativa, as margens, originando mais correntes e a alteração dos fundos, dos esteiros ali existentes, razão mais que suficiente para que o projecto seja condenado.
O CCMAR já tem um centro de investigação no Ramalhete e compreendemos que queira mais e novas instalações e nisso estaríamos de acordo. Acontece que na zona do Cais Novo, têm sido feitos aterros, proibidos por lei e basta uma visita ao local para se perceber isso, havendo espaço mais que suficiente para albergar um centro de investigação. Mas o que vem anunciado e conta com a cobertura e cumplicidade do CCMAR, é um projecto turístico-imobiliário, num ex-ilhote em pleno Parque Natural. Como pode o CCMAR, que deveria defender o ambiente, preocupar-se mais com a poluição do que com uma Marina, que até um muro de pedra? Então a pedra tem impacto na costa mas na Ria já não tem impacto? No que ficamos? E a erosão que isso pode provocar na outra margem?
E se essas preocupações não chegam, perguntamos nós quando será feito o estudo para a capacidade de tráfego no interior da Ria? Ou será que a Ria tem capacidade para tanto barquinho? E a poluição provocada por tanto barco?
O CCMAR no fundo o que está a fazer é dar o aval para uma grande negociata, em terrenos que são do Domínio Publico Marítimo, Parque Natural e abrangidos pela Rede Natura 2000. Afinal que pretende o CCMAR? Correr com todos aqueles que sempre viveram da Ria e que mais a têm tentado proteger?
Se pensarmos que ao mesmo tempo se anunciam demolições para a Ria Formosa, como perceber que algumas casas estejam a mais e as outras, de grande volumetria, estejam a menos?
Por detrás disto tudo temos Ministérios, Autarquias e outras entidades publicas, no fundo o Estado a saquear os recursos naturais e tornando-se no principal inimigo da Ria Formosa.
Batam palmas e ajudem a eleger a canalha que tanto os maltrata depois de os enganar com promessas!
defesa ambiente tudo tretas,na quinta lago 15 anos atras existiam varias placas diziam parque natural ria formosa zona protegida ,hoje onde estavam essas placas è tudo betão ,como explicam isso ,somos piores que angola e falamos dos outros
ResponderEliminarAinda se existissem duvidas
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