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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

RIA FORMOSA: O GRANDE INIMIGO DA RIA FORMOSA É O ESTADO!

Nos últimos tempos têm sido publicadas noticias que nos dão vontade de rir, tal a incoerência revelada e que põem a nu, alguns crimes ambientais cometidos por quem tinha a obrigação de proteger um Parque Natural, ao brigo de diversas Convenções Internacionais e por isso ao abrigo da Rede Natura 2000, nada que incomode os criminosos.
Vejamos então o que tem sido dito por estes dias.
O IPMA veio reconhecer aquilo que há muito defendemos suportados em estudos técnicos de que falta oxigénio nas aguas da Ria Formosa, mas simplesmente não diz porque tal acontece, branqueando a actuação criminosa das Câmaras Municipais de Faro, Olhão e Tavira que têm esgotos directos e sem qualquer tratamento a despejar veneno para a Ria; por outro lado o nível de tratamento das ETAR, antigas, novas e outras a construir não removem o fosforo que está na origem do crescimento acelerado de algas que consomem o oxigénio. O IPMA sabe-o melhor que ninguém mas não o diz!
Também o CCMAR da Universidade do Algarve se veio pronunciar em defesa do cavalo-marinho, apontando mais uma vez o dedo acusador aos costumeiros e apresentar soluções que não passam de mais repressão para quem vive da Ria.
O cavalo-marinho é um bom bio-indicador da qualidade ecológica das aguas mas sobre isso nada diz e pior do que isso tenta confundir quem lê aquelas noticias. Em 2002, estimava-se que nas colónias de cavalos-marinhos existissem cerca de 2.000.000 de indivíduos, mas em 2008 a sua população já decrescera para as 300.000, ou seja perdera 85% da sua população. Na altura atribuía-se a quebra à poluição, mas como em tudo, estes cientistas acocorados perante o Poder político, vêm agora com nova versão; estima-se agora que a população de cavalos-marinhos se situe nos 180.000 ou seja 94% com culpas para a captura e venda nos mercados asiáticos, no que acreditamos.
Mas em 2008 quando se registou a grande quebra ainda não se falava naqueles mercados. Então qual a causa da perda de biodiversidade? É que não se trata apenas dos cavalos-marinhos, mas de tantas outras espécies e das pradarias marinhas: Que encobre o CCMAR?
Ao mesmo tempo, anuncia-se a construção de uma nova marina para o cais novo de Faro e logo vieram a terreiro, alguns amantes da náutica de recreio bater palmas sem ter em conta os estragos que vão provocar na Ria Formosa. Vejam a noticia e a imagem do projecto em http://www.sulinformacao.pt/2018/01/projeto-para-revolucionar-porto-comercial-de-faro-convence-ministra-e-investidores/.
Aquela zona tem correntes marítimas muito fortes que uma vez opostas aos ventos criam muita agitação marítima no local, o que é natural. O que não será natural é a penetração pela espaço lagunar, estreitando de forma significativa, as margens, originando mais correntes e a alteração dos fundos, dos esteiros ali existentes, razão mais que suficiente para que o projecto seja condenado.
O CCMAR já tem um centro de investigação no Ramalhete e compreendemos que queira mais e novas instalações e nisso estaríamos de acordo. Acontece que na zona do Cais Novo, têm sido feitos aterros, proibidos por lei e basta uma visita ao local para se perceber isso, havendo espaço mais que suficiente para albergar um centro de investigação. Mas o que vem anunciado e conta com a cobertura e cumplicidade do CCMAR, é um projecto turístico-imobiliário, num ex-ilhote em pleno Parque Natural. Como pode o CCMAR, que deveria defender o ambiente,  preocupar-se mais com a poluição do que com uma Marina, que até um muro de pedra? Então a pedra tem impacto na costa mas na Ria já não tem impacto? No que ficamos? E a erosão que isso pode provocar na outra margem?
E se essas preocupações não chegam, perguntamos nós quando será feito o estudo para a capacidade de tráfego no interior da Ria? Ou será que a Ria tem capacidade para tanto barquinho? E a poluição provocada por tanto barco?
O CCMAR no fundo o que está a fazer é dar o aval para uma grande negociata, em terrenos que são do Domínio Publico Marítimo, Parque Natural e abrangidos pela Rede Natura 2000. Afinal que pretende o CCMAR? Correr com todos aqueles que sempre viveram da Ria e que mais a têm tentado proteger?
Se pensarmos que ao mesmo tempo se anunciam demolições para a Ria Formosa, como perceber que algumas casas estejam a mais e as outras, de grande volumetria, estejam a menos?
Por detrás disto tudo temos Ministérios, Autarquias e outras entidades publicas, no fundo o Estado a saquear os recursos naturais e tornando-se no principal inimigo da Ria Formosa.
Batam palmas e ajudem a eleger a canalha que tanto os maltrata depois de os enganar com promessas!

2 comentários:

  1. defesa ambiente tudo tretas,na quinta lago 15 anos atras existiam varias placas diziam parque natural ria formosa zona protegida ,hoje onde estavam essas placas è tudo betão ,como explicam isso ,somos piores que angola e falamos dos outros

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  2. Ainda se existissem duvidas

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