Não param as contratações na Câmara Municipal de Olhão. algumas de duvidosa utilidade, como aquela que agora damos a conhecer, mas reveladora da promiscuidade entre actores políticos de áreas diferentes.
Não está em causa a legalidade do acto; não está em causa o direito ao exercício da profissão assim como não está em causa o mérito profissional, mas outras questões se levantam, particularmente entre aqueles que passaram a campanha eleitoral a acusar outras candidaturas de querer tachos.
Vê-se agora quem afinal procurava um tachinho.
Em quase todos os cursos superiores, senão em todos, é lecionada uma cadeira de direito para que os futuros profissionais possam, nas suas áreas de intervenção, interpretar a legislação sobre o sector. Desde logo arquitectos e engenheiros, para que possam interpretar os Regimes Jurídicos da Urbanização e Edificação ou o dos Planos de Gestão Territorial para não falar mesmo naqueles planos.
Posta a questão nestes termos, pergunta-se qual a necessidade de uma contratação de consultoria jurídica na área do planeamento urbanístico? Ou será que há a necessidade de dar mais umas quantas facadas nos planos de gestão territorial vigentes, para permitir a edificabilidade em áreas onde ainda não é o permitido? Esta contratação cheira a esturro!
Cerca de vinte e quatro mil euros, acrescidos de IVA, por um ano de contrato. O que prepara o Pina?
E o contratante?
Destacado militante social-democrata, ex-membro da concelhia partidária, líder do gabinete de estudos daquela, segundo secretário da Mesa da Assembleia Municipal pelo PSD até Outubro passado. Com dois contratos celebrados com a Sociedade de Gestão Urbana de Vila Real de Santo António e com a Câmara Municipal de Castro Marim, ambas do PSD.
Depois da contratação do ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, depois da aquisição de Eduardo Cruz, ex-PSD, para a Administração da Mercados de Olhão e da transferência de Domitilia Matias do PSD para as listas do PS, eis mais um social-democrata na câmara de Olhão. Se pode? Claro que pode, mas ficamos sem perceber se é o PS que está a virar PSD ou o contrário.
Então quem são os beneficiários dos tachos?
E que dizem a isto os militantes dos dois partidos? Reveem-se neste tipo de situações? Não será isto uma forma oportunista de estar na politica? Afinal são eleitos para servirem o Povo ou para se servirem?
Nada de novo e para durar. Hoje tu amanhã eu, os gangs mafiosos protegem-se alternadamente. A MAFIA agradece que continuem felizes.
ResponderEliminar