Na passada sexta feira, foi celebrado a acta da hasta publica de alienação do Lote 3 do Porto de Recreio, que não fugiu àquilo que sempre dissemos, ou seja que antecipadamente se sabia quem iria o comprar.
Desde o inicio do processo e das sucessivas alterações ao loteamento do Porto de Recreio que dissemos que o lote seria vendido ao dono da Cenparque. Tudo o indiciava!
Vindo de Braga, aterrou no concelho de Olhão, para construir na Fuzeta o empreendimento Delmar, localizado em Domínio Publico Marítimo, onde os seus ocupantes podem molhar os pezinhos na maré, sem deixar um corredor de acesso ao mar. Carregou a chata de dinheiro como se costuma dizer embora subsistam duvidas quanto á legalidade do empreendimento.
Quando se avançou para a 1ª alteração ao loteamento do Porto de Recreio porque, mais papista que o Papa, a Câmara Municipal de Olhão entendeu integrar na área a lotear terrenos que são do Domínio Publico sob jurisdição da Docapesca, já se vislumbrava uma negociata. Com diversas desculpas, acabou por se proceder a 2ª alteração, e essa desde logo deixava transparecer aquilo que acabou por acontecer.
Após a 1ª alteração, dando inicio aos procedimentos para a 1º hasta, foi pedida a avaliação dos terrenos tendo em conta que o comprador do Lote 3 iria pagar as infraestruturas dos Lotes 1, 2 e 3, e tudo indicava ser a Cenparque a comprar os lotes 2 e 3.
Com uma 2ª alteração, aumentou-se a capacidade construtiva do Lote 3, passando de quinze mil metros quadrados para 17.500. Então deixou-se cair a venda do Lote 2 e a obrigatoriedade de custear as infraestruturas, ficando estas a cargo da Câmara.
Entretanto o dono da Cenparque compra as antigas instalações da Companhia Portuguesa de Congelação e, após aprovação começa a construir o Delmar Marina, com os apartamentos a ser colocados à venda por valores que oscilam entre os 350.000 e os 700.000 euros.
Só os avaliadores e alguns acólitos do Pina, é que acharam que os terrenos tinham o preço justo de cinco milhões.
Cinco milhões, o valor porque foi vendido o Lote 3, era o preço base da hasta publica, o que significa que não houve mais candidaturas, porque tal como dissemos então, a ausência de publicidade fazia parte da estratégia para entregar o Lote de mão beijada ao destinatário certo, a Cenparque!
Para alem das negociatas pouco claras que o processo envolve e de duvidosa legalidade, há dois aspectos que devemos destacar. Um é a promoção, o desenvolvimento da segunda habitação, que é que se prepara, com todas as implicações que tal comporta, desde logo a desertificação de grande parte do ano e o contributo que a segunda habitação tem na possibilidade de uma provável bolha imobiliária, semelhante à que ocorreu há dez anos atrás.
Mas temos ainda uma outra preocupação, já que a zona poente de Olhão está na linha de fronteira com a Zona Histórica, que se quer preservada, e a muralha de betão que a rodeia, não só contribui para a sua descaracterização, porque completamente desenquadrada.
Temos assim uma autarquia preocupada com a "modernização" da cidade, mas que cada vez mais esquece quem nela vive, quando a função dos políticos é o de servir as suas populações e não servirem-se a eles e à sua teia de amizades e cumplicidades, como é o caso.
É que com toda esta promoção e modernização da cidade, os olhanenses não têm rendimentos que lhes permita alugar uma casa, algo tão mais difícil de encontrar do que encontrar uma agulha num palheiro.
Na Itália, Mãos Limpas tiveram coragem de desmascarar a MAFIA até ao mais alto nível. Parece que por cá as Mãos Limpas fazem de conta com resultados de rotina inconsequente, a fazer de conta. Sejam Felizes.
ResponderEliminarA única coisa que se pode fazer é esperar que venha um tsunami e limpe esta erva daninha, se até mesmo da assembleia da republica tem apoio para esta marosca. A população Olhanense vendeu-se, má educação? Falta de cultura? Ou então são os ensinamentos que os ultimos governos tem passado para as gerações que se seguem. Ser honesto não compensa, se roubar é bom, enganar ainda é melhor. E quem vive da pobreza, vive feliz, ignorante que nem se queixam.
ResponderEliminarIndulgência, mansidão crónica. Passa-se a vida a desculpar a tentacular família mafiosa e em resultado da complacência tem-se uma cáfila de ineptos a orientar os destinos de um povo.
ResponderEliminarSerá que o culpado é o António Pina?
ResponderEliminarE aqueles que falam aos ouvidos mas não se ouvirem são Santos?
Se assim for os cidadãos de Olhão são muito poucos e dizia o outro" Madrinha do povo madrasta é que não"