A secretária de estado do ordenamento do território e da conservação da natureza esteve de visita ao concelho, particularmente às Praias da Fuzeta e dos Cavacos, sempre na companhia do presidente da câmara Municipal de Olhão.
Depois dos elogios às intervenções efectuadas e aplaudidas por quem não percebe o que elas escondem, cabe-nos a nós, assumindo o odioso da situação fazer uma analise mais completa sobre o assunto.
A verdade é que todos nós sabemos que a intervenção na Fuzeta é sol de pouca dura, já que por altura do equinócio de Março, fruto de uma possível conjugação de vendaval com o preia-mar, tudo o que foi feito será destruído e o nosso dinheiro, mais uma vez, gasto de forma inglória, como se vivêssemos em tempo de vacas gordas.
Repuseram parcial e temporáriamente o cordão dunar por causa da época balnear, também ela importante, mas fica por resolver o problema da barra e a estabilização do cordão dunar por forma a que ele se mantenha por muito mais tempo do que um escasso verão. E não venham dizer que não existem técnicas que o permitam, porque elas existem e já foram ensaiadas noutros países, com resultados positivos, e no nosso em laboratório do LNEC.
Quanto à Praia dos Cavacos, vem o presidente da câmara pedir mais areia porque a praia ficou pequena, já que quando as marés enchem a agua invade a praia. Não diz é que onde antes havia areia, há hoje um parque de estacionamento! Desde logo o que se propõe, é mais um ataque a espécies protegidas por Convenções Internacionais que o País subscreveu e que assim pretende violar. O presidente da câmara esqueceu depressa que fundamentou o seu processo judicial contra a Sociedade Polis, com a Directiva Comunitária sobre Aves e Habitats e que na Praia dos Cavacos, onde ele pretende jogar a areia, é o habitat de espécies protegidas.
Ora a secretária de estado tem por obrigação ter em conta a conservação da natureza e não pode nem deve andar a reboque dos desejos de um presidente, apenas porque ele é um camarada do seu partido. Aliás, e porque ainda recentemente foi objecto de noticia o crime ambiental praticado em Cacela, que pertence à social democrata câmara de Vila Real, a secretária de estado deveria também ter-se deslocado ao local para indagar do que ali se passou. Não o fez, porque os membros do governo são vesgos e só têm olhos para os seus camaradas, ignorando por completo as populações.
O presidente da câmara de Olhão manifestou preocupações com o futuro da Ria Formosa nos próximos três anos, e isso dá-nos vontade de rir, porque em tempo algum manifestou essa preocupação. Mas claro, como a Sociedade Polis agora é gerida por camaradas, sente a necessidade de manter o mesmo estatuto.
O Estado está organizado, e tem até demais instituições que deveriam zelar pela Ria Formosa e não só, mas todas as instituições estão manietadas pelo Poder político.
Para a Ria Formosa, e seu futuro, já temos e mal, o Parque Natural da Ria Formosa, a Agência Portuguesa de Ambiente e a Direcção Geral de Recursos Marinhos, e todas elas integraram o conselho consultivo da Sociedade Polis, que não era mais do que o instrumento financeiro para aplicação do POOC. Assim, o problema coloca-se nas entidades que têm obrigação de cumprir e fazer cumprir os Planos de Ordenamento em vigor. Ou será que o presidente quer é preparar o terreno para continuar a violá-los com tem feito até aqui?
Pode ver a noticia em http://www.cm-olhao.pt/destaques2/2504-secretaria-de-estado-do-ordenamento-visita-praias-da-fuseta-e-dos-cavacos
Quem nos livra desta cambada?
Em 05/10/1910, por golpe assassino, um tumor criminoso apossou-se de um corpo centenário. Em 28/05/1926, por indignação com tanto sofrimento, a maior parte do qual com origem no banditismo rapinante do tumor criminoso, alguém conseguiu hibernar-lo durante quarenta e tal anos, pela força dos argumentos e da espada.Na primavera de 1974, do forçado e longo jejum, o tumor criminoso acordou com redobrada manha, esperteza, engenho,logo mostrando que não tinha perdido, antes pelo contrário, a sua bem conhecida arte no ludibriar, no gamar, agora detectada com redobrado vigor e em privilégio de monopólio quase absoluto. Quem padece de um tumor bandido o seu futuro só pode ser criminoso, ouve-se no vento Levante. Sejam felizes.
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