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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

ALGARVE: AMBIENTE MAL TRATADO PERMITE NOVAS NEGOCIATAS!

Na edição de ontem, o jornal Publico, ver em https://www.publico.pt/2018/10/08/local/noticia/ambiente-substitui-protagonistas-das-demolicoes-no-algarve-1846622, trás um interessante artigo sobre a situação que se vive nas ilhas barreira, mas não só. Ao de leve põe o dedo na ferida que salta aos olhos de todos mas que todos recusam ver.
Depois da criação do ministério do ambiente, nenhum outro governo maltratou tanto o ambiente na região algarvia, como ainda se prepara para o degradar ainda mais.
Depois das alterações aos POOC, que deixam de ter uma função regulamentar para passar a ser um documento orientador, isto é, não vinculam nem restringem ou interditam determinadas actividades na orla costeira, sucedem-se um conjunto de acções que a concretizarem-se irão ter impactos significativos no ambiente, particularmente em toda a orla costeira nacional. Nesse sentido vai a delegação de competências do governo para as autarquias, como a substituição das direcções nacionais e regionais da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.
No caso algarvio e mais concretamente no Parque Natural da Ria Formosa, Valentina Calixto deverá ser substituída para em seu lugar suceder alguém mais permeável às exigências das autarquias e bem assim dons interesses económicos que lhe estão associados; por banda da APA, Sebastião Braz Teixeira já foi substituído por José Pacheco, técnico da CCDR, tido por ser boa pessoa, cordata e de fino trato, mas completamente subserviente aos poderes instalados ou seja obedecendo cegamente àquilo que o ministério ditar.
Se duvidas houvessem quanto às consequências da delegação de poderes do governo para a autarquia, elas começam a entrar já na prática da Câmara Municipal de Olhão que se prepara para alterar o traçado da Reserva Ecológica Nacional, para permitir a edificabilidade onde nunca deveria ser permitida, já que o POOC aprovado em 2005 já havia feito toda as concessões e mais algumas nessa matéria, criando em área protegida, espaços de urbanização programada ou de interesse turístico.
As áreas protegidas são as áreas mais cobiçadas pela ganancia do sector turístico-imobiliário, pelo que a conjugação de todos esses factores vamos assistir a vastas áreas até aqui objecto de restrições ou interdições  a serem preenchidas por mamarrachos de betão sem se medir as consequências para as gerações que se seguirão.
Todo o litoral será ocupado pela construção, aumentando a pressão sobre zonas sensíveis, que no caso particular da Ria Formosa provocará uma autentica hecatombe.
Tudo isto quando se programam demolições nas ilhas barreira para mais tarde lugar a chamados eco-resorts por serem do "interesse publico", apesar de um pouco por todo o lado já se reclamar do excesso turístico. E se todos se recordarem, o Pina veio para a imprensa regional vomitar que queria que a Ria Formosa se candidatasse a património da UNESCO, um processo pelo qual corriam com a população da zona para a substituir por tais resorts. E é bom que não esqueçam que foi o actual ministro do ambiente quem elaborou os estudos para a candidatura da Ilha do Príncipe (S. Tomé) a tal classificação.
A máfia do ambiente no seu melhor!

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