Já são conhecidos os resultados finais das eleições de ontem para o Parlamento Europeu, e com eles surge o pedido de rolar cabeças nalgumas forças partidárias.
O numero de leitores subiu e com eles subiu também a abstenção, demonstrando o desinteresse destes pelas questões da Europa. Mas serão os eleitores os culpados de tamanho desinteresse ou antes, será ele fruto das más práticas dos partidos do arco da governação? É que durante a campanha eleitoral os partidos que se alternam no Poder seguiram pela via da chicana política, atacando-se mutuamente, sem nunca falar sobre o futuro da Europa.
Por outro lado, os eleitores parece que já vão percebendo o que se passa nas instituições europeias, com um directório não eleito, um banco central todo poderoso mas ao serviço dos grandes interesses alemães e franceses, um bundesbank e o seu poderio, enfim uma feira de pequenos ditadores disfarçados de democratas não eleitos, a que os países com menor poder institucional t~em de se submeter.
Ainda assim não será por isso que deveríamos deixar de votar, sendo certo que a legitimidade seja a mesma tenha um voto ou um milhão; a representatividade é que difere!
No Algarve, ou melhor dizendo nesta faixa onde residem essencialmente os mouros, os níveis de abstenção ainda foram superiores à média nacional, ultrapassando mesmo a barreira dos 70%.
Agora reparemos nos números. O PS ganha as eleições, crescendo em relação às eleições europeias de 2014 pouco mais de setenta mil votos; já nas eleições de 2015, os resultados não foram muito melhores; por causa do resultado daquele ano, o Costa entendeu estarem criadas as condições para correr com o então secretário geral socialista António José Seguro, deveria agora pedir a demissão do cargo. Mas mudou de pensamento!
Quanto ao PSD, registamos que em 2014 concorreu coligado com o CDS tendo alcançado pouco mais de 909 mil votos; este ano, concorrendo separados o PSD obteve mais de 726 mil votos, a que teríamos de acrescentar os votos do Aliança e do Chega, que entretanto se divorciaram do partido conjugal, o que atiraria o PSD para mais de 787 mil votos. Ainda que não lograssem qualquer vitória, sempre podiam dizer que obtinham mais votos que o seu antigo líder, o Coelho de má memória.
Quanto ao CDS, que já se via em condições de indicar o primeiro ministro, ficou-se pelos 204 mil votos, desconhecendo-se quantos lhe caberiam da coligação de 2014. Sendo natural a perca de mandatos.
Será que os resultados do PSD e do CDS foram assim tão maus quanto a comunicação social os apresenta? É que, estes resultados vêm mostrar que o método de Hondt beneficia os maiores partidos, ou seja, a concentração de votos dos dois partidos determinaria um crescimento de mais de 22.000 votos que somados aos dos divorciados Aliança e do Chega, ficando a cerca de 112 mil votos do PS. Se podia ser melhor, pois podia, mas não é!
Já o BE sobe fruto do efeito da geringonça, aumentando o numero de mandatos conquistados, o que é muito bom para aquela força partidária.
A CDU perde, mantendo a tendência natural, à semelhança do percurso dos partidos ditos comunistas da Europa, caminhando para o abismo. Da contestação para passaram a apoiar soluções governativas que não trazem benefícios para a maioria do Povo. Assim vão perdendo peso e força institucional, até à morte final!
Já o PAN tem ainda uma boa margem de progressão seguindo a tendência dos partidos ecologistas europeus mas falta-lhe consolidar a sua estrutura e imagem e bem assim onde se vai situar ideologicamente.
Do rolar de cabeças parece que em função destes resultados, o Aliança e o Chega deverão fechar portas e entregar o pescoço ao Rio, por aquilo que fizeram contra o Partido que lhes deu algum crédito.
Eleições para uma Europa em que os eleitos são fantoches bem pagos por uma mão invisível de um deus desconhecido não eleito. Na farsa em sessões continuas os fantoches querem acreditar que têm voz própria e o deus a fingir que os ouve. Porreiro pá, que ganda nóia!
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