A campanha eleitoral para o Parlamento Europeia está a chegar ao fim sem que entre as diversas candidaturas tivesse havido um debate sobre os reais problemas da UE e do Euro.
Portugal tem mais de oito séculos de existência mas só tem trinta e cinco anos na UE, e foi possível viver ao longo de toda a sua existência.
No passado, quando ainda haviam fronteiras, as relações comerciais bilaterais faziam-se na base da reciprocidade de vantagens, isto é, a um País que nos comprasse um milhão deveríamos também vender mais ou menos um milhão, para manter o equilíbrio na balança de transações.
Com a entrada na UE, desapareceram as fronteiras e passou a ser livre a circulação de pessoas e bens, mas foram-nos impostas algumas condições, tais como abandonar o sector produtivo e em troca receberíamos dinheiro para a construção de estradas e pontes para que as mercadorias dos outros países chegassem aqui mais rapidamente. Outra das imposições é o tratado orçamental com a UE a decidir da aceitação ou não dos orçamentos nacionais, o que representa a perda de soberania. Quase todas as decisões que têm implicações sobre os Povos da UE são decididas em Bruxelas.
É assim que a UE nos impõe quotas de produção, não para salvaguarda das espécies ameaçadas mas para proteger a produção de países mais ricos. Está acontecendo com a quota da sardinha, como já aconteceu com a quota do tomate ou do leite, quando o que seria natural era aplicar quotas aos países com produções excedentárias.
Nós sempre defendemos que todos os tratados que comprometem o Estado e o Povo devem ser precedidos de uma ampla discussão e votados. Aceitar que sejam os eleitos a decidir por nós, conferindo-lhes uma delegação de poderes, é o mesmo que lhes dar um cheque em branco para fazerem o que muito bem quiserem e entenderem.
Que ninguém se iluda, porque na UE há Países ricos e Países pobres, com aqueles a dominarem estes, e os Povos a servirem de novas formas de escravatura. A Europa Social desapareceu para dar lugar a uma nova Europa onde cada vez mais quem não tiver dinheiro não terá direitos. E uma Europa sem soluções para a grave crise social que alastra um pouco por todo o espaço europeu. E é por isso que se distribui o chamado rendimento mínimo para que as pessoas não saiam à rua e se revoltem.
Por outro lado temos o Euro, uma moeda demasiado forte para uma economia tão debilitada quanto a nossa e sobre a qual não temos qualquer poder ou controlo, dependendo sempre das decisões de um directorio não eleito democraticamente por todos os Povos.
Assim mesmo que queiramos proceder a uma desvalorização da moeda para que a nossa economia seja mais competitiva, estamos impedidos de o fazer. Mas ao mesmo tempo assistimos a autênticos paraísos fiscais, como a Holanda ou o Luxemburgo, onde as grandes empresas sediam fiscalmente para fugir aos impostos sobre as mais valias.
Como se pode falar em competitividade perante as desigualdades fiscais e de custos energéticos? E o que faz a UE senão proteger os Países mais ricos?
A criação de um novo Escudo, com a paridade do Euro, permitia nos dias seguintes à sua entrada em funcionamento, proceder a uma desvalorização o que manteria os preços internamente, facilitava as exportações mas tornava mais difícil as importações, contribuindo assim para um maior equilíbrio na balança de transações.
Obviamente que este é um tema demasiado complexo para se explicar em tão poucas linhas e é para isso que servem as campanhas eleitorais ao dar voz àqueles, que de outra forma, jamais teriam acesso aos grandes órgãos de comunicação social, para passar a sua mensagem.
Por tudo isso sou defensor da SAÍDA DA UE E DO EURO! E quem o defender terá o meu VOTO!
Saída com petisco tão bom? Quando encerrar a tasca o último guloso que pague a conta.
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