Depois das mexidas ou purgas na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, da Administração da Região Hidrográfica do Algarve, chegou agora a vez do ICNF, com a maioria dos seus dirigentes mandados às urtigas e subsituidos por gente da confiança política, ou seja portadores do cartão do partido no Poder.
A democracia vai sendo absorvida por uma estranha forma de ditadura partidária, com muitas culpas para aqueles que não conseguem ou não querem perceber que o símbolo do partido não significa o bem estar geral do Povo, e por isso vão votando nos gatunos, os mesmos de sempre, que nos vão assaltar a seguir. Um Povo ordeiro, manso faz muito jeito ao Poder!
No ICNF estão de saída Valentina Calixto e Nuno Grade que pagam desta forma o nunca terem ousado afrontar a hierarquia, obrigando-a a cumprir com as leis que elas produziram, Mas apesar de se terem prostrado perante o Poder, não foi suficiente pelo que têm de ser substituídos por alguém ainda mais condescendente com os seus superiores, gente incapaz de dizer não, aceitando tudo embora saibam das consequências.
Uma das figuras promovidas para a direcção do Departamento de Conservação da Natureza é Ana Margarida Magalhães, ex-vice presidente da Câmara Municipal de Olhão ao tempo de Francisco Leal; em 2009, durante o consulado de Sócrates, foi vice- presidente da CCDR; em 2014 foi para a ARH em comissão de serviço. Bióloga Marinha de formação, sendo natural e residente em Olhão, conhecedora dos problemas da Ria, nunca abriu a boca para combater a poluição e menos ainda para defender a Conservação da Natureza.
Ninguém melhor do que ela para denunciar o impacto das descargas dos esgotos directos e a violação da Lei da Agua nesta matéria, até porque enquanto esteve na ARH tomou conhecimento das monitorizações feitas em 2014, 2015 e 2016. Tudo silenciou!
Também sabe os impactos para o sedimento no regime de produção de ostreicultura e para a sobrevivência dos restantes bivalves. Tudo omitiu!
Sabe ainda da proliferação da invasão da caulerpa, uma erva que vai pôr em causa todo o ecossistema. Mas nunca abriu a boca!
Nem o facto das suas qualidades humanas a protegem da forma como soçobra face à política e aos clientelismos. Ela é promovida porque o presidente da câmara Municipal de Olhão assim o quer, a melhor forma de o ajudar na ocupação de cada vez mais espaços para a produção da exótica e invasora ostra giga. Nada que a preocupe! O tacho está certo à custa do sacrifício de quantos lutam e labutam na Ria Formosa!
Numa área tão pertinente quanto a conservação da natureza, porque não entregar o lugar a quem, para alem da capacidade técnica, seja capaz de se impor e denunciar o que está errado?
Com esta nomeação estão criadas as condições para o grande assalto à Reserva Ecológica em toda a Ria Formosa!
Porque não nos matam logo?
Antes cortina de ferro, agora teia mafiosa. Antes imposta, agora democraticamente consentida. Em liberdade cada povo tem o que quer.
ResponderEliminarMatar logo, dá nas vistas. Lentamente para despistar a origem do criminoso.
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