Ontem foi dada a conhecer uma publicação que mais não é do que uma entrevista encomendada a respeito dos Mercados em que são ouvidos o presidente da câmara e o dos Mercados.
Procurando confundir a arquitectura dos Mercados com as actividades económicas que desde sempre ali foram praticadas e que estão, agora, por obra e graça das "excelentes" intervenções do Poder local a definhar.
Desde que começou a falar-se na dita requalificação da Avenida 5 de Outubro que nos pronunciámos contra o que se preparava e assim continuamos porque ao contrário do Poder, vemos a destruição das actividades económicas da baixa de Olhão que encontravam nos Mercados a sua âncora.
Em Tavira, porque os Mercados já estavam a ficar demasiado pequenos, decidiram-se por fazer uns novos dotados de parque de estacionamento logo ao lado. Em Faro demoliram o que existia para no mesmo local fazer um Parque de estacionamento subterrâneo, os Mercados e ainda lhe juntaram um supermercado e um conjunto de serviços públicos, como forma de concentrar mais pessoas. Ainda em Faro, começou a realizar-se um Mercado de Rua, aos Domingos, que hoje já tem tantos ou mais visitantes que o de Olhão.
Nos últimos tempos, são vistas cada vez menos pessoas não só no interior ou exterior dos Mercados como até no comercio da baixa. E uma das causas é precisamente o que fizeram ao contrario das outras cidades, isto é supressão do estacionamento. Como querem que as pessoas vão ao Mercado fazer compras se não têm onde deixar o carro?
Por outro lado, o presidente dos Mercados, veio enaltecer a "excelência" do modelo de gestão privada aplicado nos Mercados. A gestão privada aponta para o aumento de receitas com redução de despesas, mas o que vimos é o contrário, já que foram admitidos N trabalhadores que andam aos empurrões, sem saber ao certo o que fazer. Aumento sim, de custos! E quem os vai pagar? Os operadores?
É obvio que não será apenas pela falta de estacionamentos porque já deu para perceber que há uma quebra acentuada no turismo, seja por razões associadas ao Brexit seja por outros destinos turísticos estarem a recuperar, como é o caso da Turquia.
A única aposta visível em Olhão foi, e pelos vistos continuará a ser, no sector turístico como se não fosse de todo recomendável a diversificação das actividades económicas. Parece pois que estamos perante uma aposta que não correu bem!
As recentes medidas, importadas de Vila Real de Santo António, para harmonizar as esplanadas da 5 de Outubro também não parece surtirem efeito, pelo contrário, já que aquilo que protegia as pessoas do tempo desagradavel, como o vento ou a chuva, leva ao afastamento das pessoas. E é ver as esplanadas a trabalhar a menos de meio gaz.
Não será comprando entrevistas que se resolve o problema de Olhão, em particular o da baixa, mas sim falando com os actores no terreno. Mas os nossos autarcas parece terem medo de perder o protagonismo e repudiam a participação das partes interessadas, crentes que a delegação do poder de representatividade nos eleitos é quanto baste. Os interessados dirão de sua justiça no final!
A continuar assim, destruirão a baixa de Olhão.
Esta moda de expulsar os carros de todos os lugares está a ser aceite por todas as classes.
ResponderEliminarUm dia as classes trabalhadoras verão o erro cometido.
Quem beneficiou com os centros comerciais? E com o fim do comércio tradicional?