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quinta-feira, 25 de julho de 2019

VIVA A JUSTA LUTA DOS MOTORISTAS DO TRANSPORTE DE MATÉRIAS PERIGOSAS!

Muito provavelmente vamos ser confrontados com a greve dos motoristas de transporte de combustíveis no próximo dia 12 de Agosto. Entretanto esgota-se o dialogo entre as partes do conflito com o governo sem saber que atitude tomar.
Por parte da associação patronal assistimos ao apelo à requisição civil por forma a garantir 70% dos fornecimentos. Tal medida vai muito além do principio de serviços mínimos que seria o abastecimento de serviços essenciais.
No fundo o apelo da associação patronal é o equivalente ao fim do direito à greve, uma conquista dos trabalhadores no 25 de Abril.
A contra-informação faz passar a mensagem de que não há condições para suportar as exigências dos motoristas, o que é completamente falso. Enquanto entidade prestadora de serviços, na pior das hipóteses, apenas teria de aumentar a factura do transporte dos combustíveis.
Dirão alguns que isso implicaria a subida do preço dos combustíveis, mas não é bem assim.
Um camião cisterna tem capacidade para transportar entre 25.000 a 30.000 litros de combustível de cada vez, bastando por isso um aumento dos custos do transporte de 2 milésimos de euro por litro transportado para suprir as exigências dos motoristas. Feitas as contas, 0,002 euros vezes 25.000 litros, vezes 22 dias de trabalho, obtém-se 1.100 euros o que fica aquém do exigido. E não estamos a falar nos milhões de lucros das empresas transportadoras, que essas sim, deveriam ter uma repartição mais justa da riqueza por quem trabalha, os motoristas. Sem eles, os patrões podiam ficar com os camiões que não criariam um cêntimo de riqueza. 
O papel do governo é proceder à mediação na procura do consenso e não colocar-se do lado de uma das partes, fazendo pressão para a cedência da parte do mais fraco, quem trabalha. Se o governo fizer a avaliação do aumento de custos provocados pela satisfação da exigência dos motoristas, tendo em conta a sua produção, não deixará de lhes dar razão.
Mas outros interesses se levantam tendo por pano de fundo a constante degradação das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores portugueses.
Não nutrimos especial simpatia pelo representante dos motoristas nem isso é importante. O que é importante é a justeza das reivindicações porque são elas que vão determinar se a sua luta é justa ou não.
Certo é que no próximo dia 12 muitas vozes se vão erguer contra os motoristas em defesa da economia, tal como o fizeram com os estivadores do Porto de Setúbal; e mais uma vez vamos assistir à policia e à tropa a tentar acabar com uma luta mais que justa, em obediência ao governo dos patrões.
Por isso todos os trabalhadores deste País devem solidarizar-se com os seus camaradas motoristas e apoia-los na sua luta.

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