1 - A greve ao trabalho é uma forma de luta dos trabalhadores para fazerem valer os seus direitos. Não há, pois, greves de direita ou de esquerda, mas somente de trabalhadores, o que não impede que alguém afecte aos espectros políticos as possam liderar, o que não é a mesma coisa. A greve será tanto mais justa quanto mais justas forem as suas reivindicações, e isso é que deve ser determinante.
Ninguém tem o direito de obrigar quem quer que seja a trabalhar, O trabalho é um direito e não uma obrigação! Desde logo, a própria Lei da Greve devia ser anulada. A sua regulação não é mais do que uma forma de controlar os trabalhadores. E foi um partido que se diz defensor dos trabalhadores quem a elaborou e aprovou ao tempo em que era Poder, o PCP, no remoto ano de 1974! E se é assim com a Lei da Greve, também será valido para os chamados serviços mínimos, no caso "máximos"!
É perante isso que estamos solidários com todos os trabalhadores em luta, sejam eles quem for e independente do que ganham, porque é preciso ter em conta as suas condições de trabalho mas também de vida.
2 - Em Abril passado quando os motoristas de matérias perigosas avançaram para a greve, o rosto da ANTRAM era o do próprio presidente, que subscreveu um principio de acordo com o novo sindicato para depois dar o dito por não dito, alegando que os seus associados o teriam recusado.
A partir daí, entra em cena um homem do aparelho partidário socialista, que passa a ser o novo rosto da representação patronal. E é ele que vai estar na origem da actual greve, recusando negociar com os grevistas. Mas é também ele que vem antecipando as medidas que o governo vai tomar de seguida. Foi assim com o pedido de serviços "máximos", foi assim com o pedido de requisição civil. Será assim para responsabilizar criminalmente quem não acatar a dita requisição. Tudo concertado, provavelmente ali para as bandas do Largo do Rato!
3 - A APETRO, a associação representativa das petrolíferas, lava as mãos do conflito como se nada lhe dissesse, sendo ela a principal fonte do problema.
Há mais de vinte anos, as petrolíferas tinham a sua rede de distribuição e os salários dos motoristas era proporcionalmente muito superior ao que recebem nos dias de hoje.
Ora as petrolíferas, enquanto sector essencial para a economia do País, nunca deveria ter sido privatizado e menos ainda retalhado, porque foi esse retalho que permitiu a entrega da distribuição dos combustíveis a meia dúzia de empresas, sendo que uma das maiores é a do presidente da ANTRAM.
O propósito do retalho da distribuição visava precisamente criar a instabilidade e insegurança junto dos trabalhadores, transformando-os em escravos dos tempos modernos, mantendo um salário base baixo, com a aposta no elevado números de horas de trabalho extraordinário, noites dormidas no camion e semanas sem ver a família. Ganham, mas continuam a ser escravos!
4 - O governo reacionário de António Costa entendeu fazer parte do problema, colocando-se deliberadamente ao lado dos patrões e contra os trabalhadores. Um governo que se diz socialista!
Aquilo que competia ao governo, era convocar todas as partes, a APETRO, a ANTRAM e o SIMM, ainda antes da greve, e proceder à mediação do conflito.
Demitiu-se da sua função, tendo-a delegado no seu homem de mão, agora em representante da ANTRAM, não para mediar mas para impor a ordem, pela via da força!
Do lado da oposição, temos assistido à direcção do partido dito comunista a bradar contra a greve porque o SIMM escapa ao controlo da sua central sindical e porque tem duvidas quanto á liderança da luta. Que tristeza! Um partido dito comunista contra os trabalhadores! Onde já se viu disto?
O resto da oposição está em banhos turcos, porque as eleições estão aí e têm medo de perder uns votos. Que miséria franciscana!
Entretanto a dita oposição diz que a declaração de serviços "mínimos" é desproporcional e a requisição civil um atentado à Lei da Greve. Do Poder à oposição não passa de um bando de reacionários, todos unidos contra os trabalhadores.
5 - Quem cria a riqueza para as empresas de distribuição de combustíveis são os motoristas e não o patrão, que esse fica em casa a dormir com a família enquanto aqueles trabalham para ele. Então e como é feita a repartição da riqueza criada? É justa? Não!
6 - Os mais recentes relatos da situação dão-nos conta de que os fura greves requisitados pelas empresas e governo não estão a dar conta do recado, com muitos postos de abastecimento vazios.
E porque assim é, o governo já determinou um terceiro turno para conseguir cumprir os serviços "máximos". Quanto custa esta brincadeira?
Ainda a greve não tinha começado e já se anunciava a descida do combustível em 4 cêntimos, precisamente para voltar as pessoas contra os grevistas. Mas então, porque não descer apenas 3 e repartir o restante pelas empresas e motoristas?
7 - O que está em causa com tudo isto é a liberdade sindical, o direito á greve e até a democracia. Por isso, todos os trabalhadores deste País devem ir um pouco mais alem na sua solidariedade, decretando uma greve geral nacional. Se não o fizerem, não tenham duvidas que futuras greves estarão destinadas ao fracasso.
Contra o bando de reacionários que são o governo e oposição, só há que lutar!
Reacionários, e muitas mais desvirtudes como Marcelo Caetano de cognome O Fascista previu nos seus últimos tempos de vida. Os anti-fascistas a tirarem a sua máscara pior que a fascista. Fim terrível quando um povo elege MAFIA.
ResponderEliminarCom raríssimas excepções de respeitoso aplauso, que tristeza ao ver pessoas de boa formação humana e cívica metidas nesse bando,arrastadas, coniventes pelo silêncio, de obediência cega à disciplina tribal. Maquiavel é incontornável na política, mas se justifica tudo para ganhar e manter o poder, então tudo irá pouco a pouco apodrecendo até à morte, a menos que surja um NÃO. Sejam felizes.
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