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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

O GOVERNO DE COSTA É UM GOVERNO DE DIREITA!

Se alguém tivesse duvidas quanto à natureza  do governo de António Costa, as recentes greves vêm pôr a nu até onde pode ir o governo da geringonça.
Para a greve dos motoristas, o governo de António Costa mobilizou todos os meios para combater a greve, mas não para resolver qualquer problema. Como já vem sendo normal, o recurso a fake news até à devassa da vida privada do porta voz do sindicato dos motoristas, tudo serviu para denegrir aquela luta. Até a comunicação social, ávida por noticias deu demasiado ênfase à vida privada do porta voz sindical mas não deu a mesma importância à vida do porta voz da Antram, cujo passado, enquanto presidente da associação de estudantes, também parece não ter sido a melhor, ver em http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2019-08-21-Restaurantes-discotecas-fatos-e-botoes-de-punho.-Os-gastos-do-negociador-da-ANTRAM-que-a-Justica-investigou?fbclid=IwAR0l56Dk98tS2o85eUWooTyiqliiyVrE-5qqtYVZnq4xT94VJhZsM4Or7F0. Mas isso não interessava! O objectivo era o pôr as pessoas contra a greve e de certa forma conseguiram-no.
Mas eis que chega a greve do pessoal de voo da Ryanair e aí as coisas mudam de figura. Uma empresa estrangeira que está obrigada a respeitar a legislação nacional mas não o faz, com a conivência do governo e de todas as entidades que deveriam fiscalizar.
No caso da Ryanair, também o governo aplicou os  serviços mínimos com base na utilização dos serviços da companhia. Os trabalhadores da Ryanair não têm por exemplo, direito a gozar a licença de paternidade, entre outras. Despediu os trabalhadores que tinha em Faro (despedimento colectivo) para os substituir por estrangeiros,. Isto numa empresa que durante nove anos foi subsidiada pelo Estado.
Para as rotas que a Ryanair faz, há muitas outras companhias a fazer as mesmas. A greve não é de um sector mas de uma empresa, pelo que embora pudesse provocar alguns transtornos, eles poderiam ser colmatados com recurso às outras companhias.
Ao decretar os serviços mínimos para a Ryanair. o governo apenas está a acautelar os interesses económicos da empresa sem ter em conta a violação das leis portuguesas, e a protecção dos direitos dos trabalhadores, mas como sabemos para este governo a interpretação literal da Lei só se aplica a quem não se pode defender.
Os trabalhadores portugueses precisam urgentemente de criar sindicatos independentes, que não sejam correia de transmissão de partidos para a luta política, fundos de greve que lhes permita fazer face às despesas durante as lutas. O governo aposta na descapitalização dos trabalhadores como forma de os vencer em caso de lutas prolongadas, como aquelas que deverão ocorrer no futuro. Ou isso, ou a escravatura se não lutarem!
Perante a postura de um governo tão de direita quanto o anterior, cabe aos trabalhadores lutarem, porque só a luta lhes poderá dar a vitoria. 

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