De há muito que vimos denunciando que as entidades publicas envolvidas na Ria Formosa, têm vindo a promover o fim das actividades tradicionais na Ria, e hoje voltamos ao assunto porque foi noticiado mais uma peça com a mesma finalidade.
Segundo a imprensa regional, como se pode ver em https://www.sulinformacao.pt/2019/09/icnf-apanha-pesca-ilegal-que-afeta-cavalos-marinhos-da-ria-formosa/, foram apanhadas algumas artes de pesca na Ria, mas em nenhuma delas foi capturado um único cavalo marinho, embora se diga que é a pesca ilegal que estraga o habitat daquela espécie. Nada mais falso!
Quando nos pronunciámos pela primeira vez, e já lá vão mais de dez anos, a maior colónia do mundo de cavalos marinhos estava ameaçada, com perda de habitat devido á poluição e à náutica de recreio. Não queremos com isto dizer que a pesca ilegal não tenha impacto negativo. No entanto, ao longo dos anos e ainda muito antes da existência do Parque Natural da Ria Formosa, eram praticados toda a espécie de artes, umas mais predadoras que outras, tal como agora, e nem por isso a colónia se ressentiu. Nessa época não haviam ETAR que funcionam como estações de transferência da poluição feita em terra para o mar, com grandes concentrações nutrientes, agravado pelo crescimento substancial da náutica de recreio que não cumpre com os planos de ordenamento e que estão na origem do desaparecimento dos habitats.
Em contrapartida, surge caída do céu e não por obra e graça de cientistas de trazer por casa, uma erva, a caulerpa, que tem vindo a ocupar o lugar daqueles habitas, em nome da descarbonização da agua. Perguntamos as razões da necessidade de descarbonizar a agua da Ria Formosa quando a Agência Portuguesa do Ambiente diz que a qualidade ecológica da agua é excelente? Ou será que o excesso de barcos, com a fuga de combustíveis e óleos, associados às descargas de esgotos directos e das ETAR, serão os principais responsáveis pela presença de contaminantes das aguas da Ria? Ou seja, primeiro polui-se e depois descarboniza-se! Lindo Trabalho!
Então o que se pretende com este tipo de acções, acompanhadas das respectivas noticias, senão a interdição total das actividades tradicionais da Ria Formosa?
Se duvidas houvesse, é a própria APA, quem no relatório anexo (único) à proposta do Plano de Aquacultura em Aguas de Transição, diz ser necessário criar uma zona de interdição de toda a frente de mar de Olhão por contaminação microbiológica, uma área de perto de oitenta hectares.
Se a APA assim o propõe, o CCMAR vai ser encarregado de propor uma área para a criação do Santuario do Cavalo Marinho, onde qualquer tipo de pesca será proibido.
Para o sector da pesca e associados tudo se proíbe, enquanto para a náutica de recreio se fomenta, ou seja, continua a destruição do sector produtivo e a sua substituição pela prestação de serviços. e a carneiragem bate palmas sem pensar nas consequências que isso terá no futuro.
Continuem assim que vão bem!
Para quê assumir se sei que sabes que quero? Chatice há de sobra, moss.
ResponderEliminarmoss já controlas a biblioteca com o bochecha soares? Ou vai a mossa?
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