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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

OLHÃO: COMO HÁ CONQUILHA NO MERCADO?

De acordo com os resultados analíticos nas diversas regiões do País e publicados pelo IPMA com data de 21/02/2020, em http://api.ipma.pt/public-data/snmb_bulletins/0272020-ci_snmb-21_02_2020.pdf , só na zona designada por L5b, ou seja entre o Cabo Raso e Lagoa de Albufeira, está aberta a apanha de conquilha. Na restante costa portuguesa, está interdita pela presença de biotoxinas.
Sendo assim e porque se trata de um caso de saúde publica ainda maior do que a contaminação microbiológica, questionamos como é possível a venda de conquilha no Algarve?
Aliás, naquele documento do IPMA encontramos outras curiosidades como na mesma zona de produção para a ostra portuguesa ter a classificação de classe B e para a ostra plana ter a classe A, como acontece na zona de produção ESD1, Estuario do Sado/Esteiro da Marateca.
Mas temos mais curiosidades do IPMA, é que na Ria de Alvor a ostra portuguesa está contaminada com biotoxinas e a ostra japonesa não. Que credibilidade merece isto, ou será que há outros interesses por detrás?
A pouca vergonha é tanta que o IPMA, sem qualquer problema, a ostra japonesa gigante, que pelo nome dá para perceber que é uma espécie exótica e como tal proibida pelo Decreto-Lei 565/99, que proíbe a introdução de espécies não autóctones na natureza, desde que haja outra alternativa.
Ora a ostra portuguesa é produzida nos Estuarios dos Rios Lima, Mira, Sado e também na Ria de Alvor, havendo assim uma alternativa à ostra japonesa.
Já para a produção de ameijoa na Ria Formosa, todas as zonas estão interditas por contaminação por biotoxinas com excepção das zona Olhão 1 e Olhão 5. Mas fizeram alguma parede ou filtro para evitar que as toxinas passem de umas zona para as outras? Ou serão os interesses comerciais a sobreporem-se à saúde publica?
Certo é que os pescadores da conquilha, desde o dia 21 que estão impedidos de trabalhar, embora vejamos à conquilha à venda. 
Há muito que chamamos a atenção para a situação deste sector e entendemos que todos, mas todos sem excepção, incluindo os mariscadores, têm o direito a protestar e questionar sobre temas como a causa da presença das toxinas. É que sendo certo que elas existam no meio natural, mas não de modo a causar estas interdições, são no entanto potenciadas pelas descargas das ETAR e de esgotos directos. Esse trabalho cabe ao IPMA, investigar as causas e não branquear os crimes praticados pelas entidades publicas!
   

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