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domingo, 26 de abril de 2020

OLHÃO: A PANDEMIA E O FUTURO

1 - O sistema em que vivemos tenta fazer passar a ideia que não há lugar para as ideologias, quando elas são filosofias de vida em sociedade, umas defendendo mais os interesses económicos e outras com maior propensão para a defesa das pessoas como sendo o capital mais precioso.
Se olharmos para o passado mais remoto, vemos que o primeiro modo de produção assentava no regime tribal, onde tudo o que era produzido era distribuído pela comunidade, sem haver a intenção do lucro.
Daí para cá, alguns perceberam que podiam criar riqueza sem trabalhar mas à custa do trabalho de terceiros. A riqueza dava-lhes o poder de fazer leis de mercado e assim enriquecerem cada vez mais. Como a ganancia do homem não tem limites, necessitavam acumular a riqueza criada por quem trabalhava e para isso foram fazendo a acumulação capitalista, através da propriedade.
Sim, a propriedade é a forma de acumulação capitalista da riqueza!
A sociedade nem sempre foi assim  e pode ser diferente, para melhor, se a riqueza criada, o lucro, for melhor distribuído, criando não apenas melhores condições de trabalho mas também de vida para os trabalhadores.
Vejamos o seguinte vídeo:
Ainda que não concordando com a conclusão proposta porque apenas prevê a reforma do actual modelo, não deixa de ser interessante do ponto de vista da necessidade de alterar o modo de produção vigente.
2 - A pandemia que nos vem assolando, veio para ficar por mais optimistas que sejam as perspectivas dos detentores do Poder politico, e vai alterar de forma significativa as condições de vida das pessoas se estas não lutarem por melhores condições de vida.
Enquanto as elites politicas se entretêm a dirimir argumentos em torno da paternidade do Covid 19, trocando acusações, omitem que afinal quase todos os governos, senão todos, tinham conhecimento da forte probalidade de uma eventual pandemia, razão porque tinham a obrigação de assegurar os meios necessários para a combater. Sabe-se agora, a titulo de exemplo, que o governo inglês dela tomou e negligenciou os alertas. Como o governo inglês, quase todos os outros tiveram o mesmo tipo de atitude.
Certo é que enquanto houver um infectado no mundo, haverá sempre o risco de uma nova escalada, dado que a transmissão de um continente para outro está à distancia de menos de 24 horas. Levantar as medidas de contenção é a melhor forma de eternizar o problema.
Cremos no entanto que serão de manter o distanciamento e o uso de mascaras ou viseiras como forma de evitar a transmissão. Já os ajuntamentos devem ser controlados.
Obviamente que deve ser ampliado o programa de testes, e repeti-lo quantas vezes forem necessárias, até se ter a certeza de um controlo efectivo da pandemia.
Não será com o confinamento das pessoas em casa que resolverão o problema até porque os familiares poderão eles próprios, e sem conhecimento, que infectarão os mais velhos.
3 - Prepara-se o governo para transformar o Estado de Emergência em Estado de Calamidade, o que devia ter acontecido desde o inicio. A declaração do estado de emergência mostrou que, a pretexto do combate à pandemia, o objectivo era de facto a retirada de direitos aos trabalhadores, que não podiam  ou não deviam circular mas podiam trabalhar sem quaisquer medidas de protecção.
4 - Na ansia de proteger a actividade económica, pondo em risco a saúde dos trabalhadores, anuncia-se o regresso ao trabalho de forma faseada, embora os números de infectados e mortos continuem em alta; podiam até baixar mas a situação não está controlada, dizem os especialistas que são contrários à reabertura de serviços.
Assim, será natural que a pandemia perdure, como natural será ainda uma maior redução dos rendimentos dos trabalhadores, se estes não se dispuserem a lutar pelos seus direitos.
5 - Os trabalhadores têm de sair à rua e exigir uma mudança de politicas que salvaguardem a produção nacional, o emprego, uma efectiva protecção na saúde e na velhice, nem que para isso tenham de desobedecer à Lei.
LUTEM! 

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