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sexta-feira, 3 de abril de 2020

QUE ESTADO DE EMERGÊNCIA É ESTE?

O Estado de Emergência foi prolongado por mais quinze dias, com algumas alterações que assumem particular importância para os trabalhadores e quem os representa.
Se já antes tinham decidido anular o direito à greve, desta vez, vão mais longe, impedindo as associações sindicais de participarem na elaboração da legislação laboral. Mas os representantes dos patrões podem !
Sendo assim, estão criadas as condições para decretar medidas que restringem os direitos laborais dos trabalhadores. Bem poderão dizer que será apenas enquanto durar a crise, crise que será mais prolongada do que dizem, alterando as previsões sucessivamente.
O patronato não vai deixar de aproveitar a oportunidade alegando as quebras de facturação para impor a redução dos salários, dos horários de trabalho com a respectiva perda de parte do vencimento, e tal como tem vindo a acontecer, os despedimentos.
Noutros países os despedimentos foram proibidos, mas o governo diz uma coisa e faz outra permitindo que eles continuem, embora diga que não! E nalguns casos, até com recurso a expedientes como falências artificiais, de que são exemplo os despedimentos dos estivadores do porto de Lisboa.
Com os direitos de reunião e manifestação proibidos, os trabalhadores vão sofrer muito na ressaca da crise sanitária. Fome e miséria é o que os espera no pós Covid 19.
Claro que a declaração do Estado de Emergência, a pretexto do combate ao Covid 19, e que podia ser declarado como Estado de Calamidade permitindo a tomada das mesmas medidas decididas até agora, o que visa no fundo é impedir que as pessoas com falta de dinheiro saiam à rua para protestar.
Mas isso é inevitável, podendo apenas ser diferido, para utilizar a expressão agora em voga. mas que as pessoas vão sair e protestar, disso não duvidem que vão.
Da parte do Poder tentam fazer passar a mensagem de que este não o momento para fazer politica, esquecendo que são as condições de saúde e de vida de quem trabalha que estão em jogo. Toda a critica permite a correcção ou a melhoria de situações anómalas detectadas.
Não devemos esquecer de modo algum, que durante os últimos dez anos, levámos a pagar os desvairios da banca que mesmo assim se presta mais uma vez, em tempos de crise profunda, para arrecadar mais uns milhões aos portugueses, recebendo do BCE dinheiro com juros negativos e que quer cobrar com margens de cerca de 3%, apesar de ter a garantia do Estado.
A solidariedade apenas é exigida a quem mais dificuldades enfrenta mas quanto aos que têm vivido à custa do saque dos magros rendimentos dos trabalhadores, esses é continuar a pilhagem.
Que raio de Estado de Emergência é este que tira a quem trabalha para enriquecer ainda mais a parasitagem deste País?  

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