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domingo, 7 de junho de 2020

OLHÃO: "REQUALIFICAÇÃO" DOS JARDINS E A MORTE ANUNCIADA DOS MERCADOS

1 - Começaram as obras de requalificação dos jardins, com os constrangimentos que elas sempre trazem para aquela zona, numa altura de maior movimento.
Não bastavam as restrições impostas à pala do Covid 19 senão também umas obras, depois de outras no ano passado mais as que se seguirão no próximo, acompanhadas da segunda vaga da pandemia. Tudo em ordem para que os Mercados vão definhando semana após semana.
Tudo em nome do desenvolvimento da cidade que não da população, para satisfação de veraneantes que não dos residentes, cada vez mais, empurrados para a periferia.
E qual a utilidade/necessidade destas obras?
Aquando da outra requalificação, a da 5 de Outubro, bem que podiam ter aproveitado e desviado as condutas de aguas pluviais para destino diferente daquele que tem sido o habitual, mas não o fizeram. Agora, a nova requalificação, feita com um milhão de euros do fundo ambiental de combate às alterações climáticas, apenas vai mudar a apresentação da paisagem mas não da qualidade de vida dos olhanenses, que essa é sempre a piorar.
2 - Apesar do muito que já se disse sobre o problema da poluição na Ria Formosa, parece que algumas pessoas ainda têm receio de apontar o dedo aos responsáveis políticos. Já todos perceberam, pelo menos parece, que o mau funcionamento das ETAr e os esgotos directos são a causa da poluição.
Muito antes da construção da nova ETAR, mais propriamente em 2015, num evento levado a efeito no auditório da CCDR, foi debatida a reutilização das aguas residuais tratadas para fins agrícolas. Na altura, foram apontadas essencialmente duas situações que o dificultavam; uma era o elevado custo do tratamento como se os munícipes não o pagassem na factura da agua e o outro a distancia em relação às zonas de produção.
Sempre defendemos uma nova ETAR, cujo técnica de tratamento podia ser à que já vinha sendo praticada na antiga ETAR, mas junto das zonas de produção. Por isso nunca concordámos com a construção da nova, tanto pela localização como o elevado custo dela e duvidando da sua real eficácia, como se tem vindo a provar, desastrosa.
Outra questão, são as ligações ditas clandestinas, à rede de aguas pluviais. Na verdade, as novas construções apenas estão obrigadas a trazer os esgotos até meio metro da porta, sendo a ligação à rede da responsabilidade dos serviços camarários. Por razões economicistas, a autarquia delegou nos construtores as ligações à rede, e estes ligaram-nos à rede mais próxima, a de aguas pluviais. Ainda que assim fosse, tais ligações deviam ser acompanhadas e fiscalizadas por técnicos da autarquia, pelo que a responsabilidade é única e exclusiva de quem se demitiu de fazer o que estava obrigado por Lei, a autarquia!
3 - Durante a semana que terminou uma noticia que passou despercebida foi a da eleição da presidência da CCDR por parte dos autarcas. O falso partido socialista, detentor da maioria das autarquias vê nesta eleição, a oportunidade de ter o controlo da maior parte das CCDR do País, sendo que é nesta entidade que está sediado o pote dos fundos comunitários. Uma jogada de mestre com o falso partido socialista a fazer-se ao pote de forma descarada.
Entretanto, acumulando cargos e mais cargos, o presidente da câmara municipal de Olhão, presidente da AMAL, presidente da protecção civil distrital, passa também a vogal não executivo do Programa Operacional do Algarve, o tal pote!
4 - Voltando ao tema de inicio, a cada semana que passa, o movimento nos Mercados vai definhando, com o mercado do terrado, ao sábado, a ter cada vez menos operadores e logicamente a diminuir a procura, ate à completa falência de todo ele, no exterior mas também no interior. 
A conjugação da pandemia, com as obras e a excelsa gestão politica dos Mercados estão a induzi-los em coma, numa morte que se antevê, anunciada!

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