Páginas

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O desgoverno de quem?

Somos 10 milhões e 250 mil.

Há hoje 180 mil doentes ou com teste positivo, o que dá 1.75% da população portuguesa.

Dos 180 mil doentes, estão internados 6565 doentes, ou seja 0, 064% da população portuguesa. https://covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal/

Acresce a isto que, do total de óbitos dia, mais de metade do excesso de mortalidade não é de Covid, mas sim de falta de assistência na saúde e acompanhamento a outras doenças.

 

Pertencemos, na Europa ao grupo de países com impostos mais altos, no entanto o SNS está em colapso sem meios técnicos, humanos e financeiros capazes para um combate efectivo à pandemia. Não por causa do vírus, não porque as pessoas é que têm a culpa, mas sim porque desde o início desta pandemia as estratégias foram mal definidas em função do país que temos, há erros na organização e gestão dos recursos e desde há muitos anos os vários governos deixaram de investir na saúde.

Nos hospitais, em vez de contratação de profissionais, despediram-se médicos e enfermeiros, assistentes operacionais e pessoal de cozinha e contrataram-se empresas para prestar os mesmos serviços.

O consultório médico tradicional quase desapareceu e em troca temos clínicas e hospitais particulares que apostam essencialmente nas especialidades e nos serviços mais lucrativos, que são mais rentáveis do que a consulta do médico.

Quando a crise se acentuou o governo apelou à emigração e nessa altura muitos profissionais da saúde saíram do país. Fazem agora falta!

 

A qualidade de vida da maioria dos médicos, enfermeiros e trabalhadores da saúde piorou e quando reivindicaram melhores salários e estabeleciam como prioridade da sua luta a melhoria do SNSaúde, os governos responderam com a requisição civil (e não só na saúde).

Agora, com a exaustão a que se assiste na saúde pública, com a falta de equipamentos, a falta de pessoal assistente operacional, a falta de espaços, onde está a requisição dos meios às clínicas e hospitais privados, que souberam extorquir ao Estado, 38 milhões de euros por excesso de facturação (duvidosa) em 2015 e 2016?

Continuam a ser protegidos e continuam com negociatas, quando o momento é de não olhar a meios para salvar vidas e sabendo todos também, que as medidas tomadas até agora levam a um empobrecimento de todo o povo português e a uma crise económica nunca antes atingida.

 

Em Faro o antigo Hospital de Sta Maria pertencente ao Grupo Lusíadas reabriu agora, num acordo com o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve.

Reabriu com pompa e circunstância e até mereceu inauguração católica com bênção. https://www.sulinformacao.pt/2021/01/doentes-ja-comecaram-chegar-ao-antigo-hospital-santa-maria-em-faro/

Em vez de se pagar o preço justo, o Estado vai pagar tudo a preço de "hospital particular" e até o aluguer do espaço que estava fechado desde 2018.

Enquanto isto, Portugal considera pedir ajuda à Europa. Pedir a outros Estados, transferência de doentes, profissionais de saúde ou material médico. Estarão a pensar que lhes vão pagar pelas tabelas salariais portuguesas ou pelo valor de mercado da nossa terrinha?

Sem comentários:

Enviar um comentário