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domingo, 14 de fevereiro de 2021

RIA FORMOSA: DEFESA DO CAVALO MARINHO OU FORMA DE CONSEGUIR MAIS SUBSIDIOS?

 Entre 2001 e 2002, Janelle Curtis, bióloga canadense veio investigar a colónia de cavalos marinhos da Ria Formosa, constatando a existência de cerca de dois milhões daquele peixe. Ainda assim apontava como principal razão para a tendência de declinio à poluição que afectava as pradarias onde se situavam as principais colónias. Infelizmente, o video então partilhado no yuotube foi retirado.
Não deixámos de nos pronunciar sobre a maior colónia mundial de cavalos marinhos e que mereceu por parte do Nucleo de Ambiente da Universidade do Algarve um referência como fonte, o que pode ser visto em  NÚCLEO DE AMBIENTE DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE: CAVALOS MARINHOS DA RIA FORMOSA!! (namb-ualg.blogspot.com). Estávamos então a 14 de Dezembro de 2009.
Mas nem mesmo com o nosso alerta, as entidades envolvidas e hoje, grandes defensoras do cavalo marinho se preocuparam com o acentuado declinio da espécie, só vindo a terreiro a partir de 2015, de acordo com algumas publicações.
Em 2001/2002 ainda não haviam as relações comerciais com países asiáticos que levassem ao trafico daquele peixe e menos ainda a uma pesca ilegal directa ao cavalo marinho, agora apresentada como principal causa daquele declinio.
Só que, em 2016, foram apreendidos em Espanha, cerca de dois mil cavalos marinhos com proveniência da Ria Formosa, o quanto bastou para se declarar uma guerra à pesca ilegal. Daí para cá e até à criação de "santuários", propostos pelo CCMAR, que proibem qualquer actividade humana. 
CCMAR que vive de subsidios e bolsas de investigação que ainda não se traduziram em factor de desenvolvimento para as comunidades piscatórias da Ria. Quando é que o CCMAR apresenta um projecto de investigação que ajude os profissionais da Ria e ao mesmo tempo proteja a biodiversidade? 
É evidente que estamos contra a captura ilegal do cavalo marinho e também defendemos a biodiversidade, mas entendemos que essa defesa deve ser feita em articulação com as pessoas que vivem de e na Ria, nunca podendo ser objecto de modelos cientificos que não se coadunam com a realidade local.
A seba é o habitat natural do cavalo marinho porque o protege dos predadores e lhe permite proceder à sua reprodução. Mas foram os senhores do CCMAR, que durante dez anos, arrancaram a seba para a transpor para o Portinho da Arrábida, Aí não contribuiram para o declinio das colónias do cavalo marinho?
Claro que para fazer tudo isso é preciso dinheiro, dinheiro para estudar e para inventar soluções para aquilo que antes erraram. Mas sempre o dinheiro à frente dos interesses das populações.
E não hesitam em propor restrições às actividades tradicionais da Ria para fazer valer o seu ego desmesurado. É que a Ria daqui a pouco está transformada num grande centro de investigação mas sem qualquer utilidade para os actuais profissionais.
Não se pode navegar, não se podem utilizar determinados materiais, não se pode fazer muita coisa, mas tudo que seja para fins turisticos, já pode. Tanto se diz que o barulho dos motores afecta o cavalo marinho como depois se permite que possam fazer visitas guiada para o apresentar.
No fundo, o que se prepara, em nome da ciência, é acabar com as actividades tradicionais da Ria.

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