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quarta-feira, 9 de junho de 2021

OLHÃO: QUE RUMO TOMAR?

 1 - As ideologias são filosofias de vida em sociedade, com as quais nos identificamos de acordo com interesses pessoais apesar de elas se dirigirem ao colectivo.
Eram representantes, ou defensores, delas os partidos mas com o passar dos anos, todos eles deixaram cair a matriz ideologica que lhes permitia apresentar um projecto de sociedade. Assim, puseram fim ao debate ideologico como se ele não fosse essencial na definição do rumo que queremos para o nosso País.
Ao mesmo tempo que se punha termo ao debate ideologico, promovia-se a economia à condição de ideologia. Acontece que a economia visa o lucro para as empresas, nem que seja á custa do emagrecimento dos salários de quem nelas trabalha.
2 - Este tipo de sociedade tem uma organização do tipo piramidal, repartida por classes de acordo com as suas condições económicas. 
Para fugir um pouco à linguagem politica e enveredando por uma mais popular, podemos dizer que a classe mais pequena, a que está no topo da piramide, é a mais pequena mas ao mesmo tempo a que acumula a maior parte da riqueza existente no País. Essencialmente constituida pelas figuras gradas do sistema financeiro e dos grandes grupos economicos.
A banca e os seus patrões, são os maiores criadores de divida, indo buscar à banca internacional o dinheiro com que alimentam algumas actividades muito duvidosas; os grandes grupos económicos dedicam-se à procura de bens e ou produtos pelo preço mais baixo, importando produtos que podiam ser produzidos no País, e com isso ajudam a defices na balança de transacções, contribuindo para o crescimento da divida soberana. Como grandes patriotas sediam, fiscalmente, as suas empresas em paraisos fiscais por forma a pagarem o minimo de impostos sobre a riqueza criada.
Segue-se uma classe de vampiros, com acesso facil e previlegiado à banca onde contraem empréstimos na qualidade de administradores mas sem nunca se apresentarem como avalistas, pelo que em caso de insolvência das empresas as suas fortunas continuarem a crescer.
Um País concebido para o roubo generalizado dos contribuintes, particularmente dos trabalhadores, que quais otários, vão pagar as dividas do seu patrão.
Depois vem uma nova classe parasitária, aquela que se inscreve nos partidos na esperança de um lugar ao sol, sabendo que, se algum dia forem eleitos, lhes basta aprovarem alguns projectos vão receber uns prémios. Nem todos são corruptos, mas quando se inscrevem a cabeça deles já está dirigida para o pote das mordomias.
Temos ainda uma classe média que com as medidas da célebre troika tem vindo a ser proletarizada mas que ainda não descobriu que rumo dar à sua vida.
Finalmente, vêm aqueles que criam a riqueza, sujeitos a salários de miséria, que não lhes dá sequer para pagar uma renda de casa e mais todo o contingente que vive dos apoios do estado.
3 - O lucro, ou riqueza criada, é fruto da conjugação do investimento (capital) com que se compram os meios de produção, com a força que vai operar os meios de produção ( trabalhadores) e com isso transformar a materia prima gerando as mais valias ou riqueza.
Uma sociedade mais justa e equilibrada teria uma melhor repartição da riqueza se não houvesse tanta ganancia. Isso é o conceito da nova economia!
Como explicar o aprofundamento do fosso entre as classes, quando vemos aqueles que dizem não ter condições para dar melhor condições de vida aos trabalhadores pagando-lhes um salário justo e ao mesmo tempo apresentarem sinais exteriores de riqueza proporcionada por um Povo que vive na miséria.
4 - Desde o ano de 2000 que a população de olhão cresceu 50%, passando de trinta mil para quarenta e cinco mil, o que seria bastante para que o comercio tivesse um crescimento maior, mas a unica coisa que tem crescido é a miséria envergonhada, aquela que mesmo trabalhando não consegue cumprir com os seus compromissos.
Àqueles temos a acrescentar os que vivem dos apoios que o Estado dá, viciando-os nesta forma de vivência para evitar que venham para a rua mostrarem o seu descontentamento.
Que rumo para os nossos netos?
5 - Bem sabemos que não gostam de falar nestas coisas mas é bom que comecem a reflectir seriamente no assunto sob pena de estarem a hipotecar o futuro das gerações vindouras.

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