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quarta-feira, 30 de março de 2022

OLHÃO: TRETA NA INAUGURAÇÃO DE JARDIM

 Ainda que com algum atraso, comentamos hoje a inauguração dos Jardins Patrão Joaquim Lopes e do Pescador Olhanense, inauguração essa que teve como convidado de honra o agora ex-ministro do (mau) ambiente.

Compreende-se que o presidente da câmara tenha convidado tal figura, tal foi a ajuda que aquele lhe deu e ajudou no reforço da sua posição eleitoral, e não pelo apoio financeiro concedido para a obra,

Em primeiro lugar, o monumento, se assim se lhe pode chamar, ao Patrão Joaquim Lopes, é a justa homenagem a um homem muito grande,  demonstrando a sua coragem e bravura em muitos salvamentos na costa portuguesa. Nada disso invalidou que o monumento estivesse votado ao abandono pela autarquia durante muitos anos.

Mas se o monumento tenta homenagear o grande olhanense que o Patrão Joaquim Lopes foi mas muito mal apreciado na sua terra natal, pelo menos pelas entidades oficiais, não faz qualquer sentido colocar-lhe uma placa onde se homenageia um traste como o ex-ministro, ao dar-lhe lugar de destaque no próprio monumento. Com cem euros tinham feito em qualquer canto um pequeno pilar para colocar a placa de uma inauguração quando o jardim já era frequentado há meses. Mas trata-se de um "camarada" pelo que se torna necessário perpetuar a imagem. Opções!

Quanto aos discursos refere-se o recurso a vegetação que dispensa a agua sem acrescentar mais valia em termos de imagem. A desculpa é a "eficiência hidrica" face à carência de agua. o que é falso. Como já referimos por diversas vezes, no Parque do Levante as bombas não cessam de esgotar agua que tem condições para a rega de espaços verdes, lavagem de ruas ou dos bombeiros, mas que é desperdiçada ao ser lançada na Ria Formosa.

Com um depósito da antiga JAPSA junto ao cais T, agora sob a alçada da autarquia, bastaria encher o depósito e a partir dali, regar os jardins. Isso sim, seria aproveitar a agua. Mais, o jardim que era conhecido popularmente por Jardim dos Patinhos, poderia manter o tanque dos patos, com agua constantemente renovada e sem custos.

No fundo, a alteração dos jardins serviu apenas para lhe dar um cunho pessoal, uma marca para a posteridade. já que outras tentativas nesse sentido falharam.

Gastar um quase dois milhões de euros para fazerem aquela treta quando há muita gente a passar mal, não é apenas um desperdicio mas um acto de péssima gestão dos dinheiros publicos. Vaidades que saem caras!

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