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terça-feira, 22 de novembro de 2022

RIA FORMOSA - OLHÃO: PORQUE MORREM OS BIVALVES?

 Nesta página tivemos a oportunidade de chamar a atenção para a elevada taxa de mortandade dos bivalves nesta zona da Ria, sejam eles a ameijoa ou a ostra.

Se por um lado temos uma instituição publica, o IPIMAR, que tem a responsabilidade de monitorizar as aguas da Ria, por outro temos ima instituição que vive à custa de elevados subsidios do Estado, o CCMAR que parece ter mais preocupações ambientais do que sociais como se elas não devessem estar associadas para que possa haver um desenvolvimento sustentavel. Mas ambas estão caladas sobre a mortandade dos bivalves.

Embora não sejamos parte envolvida, encaramos com muita preocupação tudo o que diga respeito à nossa Ria, gostem ou não da nossa posição.

Sob os auspicios da POLIS, o IPIMAR pronunciou-se sobre a capacidade de carga para a produção de ameijoas, fixando a densidade de 120 ameijoas, cerca de dois quilos, por metro quadrado. Esta entidade estava tão preocupada com os produtores de ameijoa que se esqueceu de analisar a capacidade de carga para a produção de ostras.

A ostra consome o equvalente a100 vezes o alimento e oxigénio da ameijoa mas não parece preocupante.

Numa Ria com, cada vez mais, dificuldade de renovação de aguas e como tal de introdução de oxigénio, aliado a outros factores era e é previsivel que a situação tenda a agravar-se se não forem tomadas medidas sérias para corrigir a situação.

Uma das situação é o assoreamento da Barra da Armona cada vez mais próxima de fechar, quando ela tinha no seu inicio três mil e quinhentos metros de abertura. Existem documentos que mostram o impacto negativo, em termos ambientais, da construção dos molhes da barra Faro-Olhão, uma obra necessária, diga-se.

Mas se tem impactos negativos de forma permanente, então devem ser acompanhados de medidas compensatórias como dragagens das areias e repulsa-las para cima da Ilha da Culatra.

Por outro lado não podemos deixar de chamar a atenção para o facto de a Aguas do Algarve ter deixado de publicar os resultados analiticos, como manda a Lei de quinze em quinze dias, fazendo-o apenas de forma anual e mesmo assim só até ao ano de 2018, ou seja, quatro anos sem publicar os resultados. E o que diz a APA sobre isso? Nada! Quem cala consente ou torna-se cumplice.

Cabe aqui dizer que, sem pôr em caus o funcionamento da nova ETAR Faro/Olhão, o volume de agua tratada é muito elevado, já que recolhe as aguas de saneamento de três concelhos. Fazer-se a analise por metro cubico é muito pouco, porque uma coisa é falar-se cinco mil metros cubicos diários e outra se for o triplo ou quadruplo, concentrando as descargas num só sitio, quando havia o compromisso de mandar as aguas residuais tratadas para a canal de Faro.

Mas devemos também chamar a atenção para a Caulerpa Prolifera, a chamada erva, que vem invadindo a Ria, expandindo-se para zonas onde antes havia seba. A seba servia de abrigo para espécies piscicolas que ali abrigavam os juvenis; a Caulerpa não serve para nada, a não ser para a descarbonização. Ou seja, não se combate o dioxido de carbono na origem, industria e automovel, mas depois combate-se restringindo uma actividade tradicional da Ria.

Enquanto as pessoas se preocuparem com o futebol, telenovelas e a péssima informação que temos nos nossos meios de comunicação e não se preocuparem com este tipo de situação, não vamos a lado nenhum!

O caminho só pode ser o da luta, mas para isso é preciso unirem-se, organizarem-se e entregar a liderança de um tal movimento em quem não hesite lutar. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

OLHÃO: O MAU FUNCIONAMENTO DE UMA IPSS

 Já aqui nos pronunciámos sobre a situação de burnot praticada por responsaveis da ACASO sobre os seus funcionários, mas os utentes também têm muitas razões de queixa.

Tomámos conhecimento que a USO, uma secção daquela instituição, há mais de mês e meio que está sem psicóloga, e que seria uma condição indispensavel para o bom funcionamento daquela unidade.

Na USO estão utentes com problemas com problemas patológicos, alguns do foro da saúde mental, que não têm o devido acompanhamento, e que quando pretendem ser assistidos é-lhes dito para recorrerem aos serviços do hospital.

Por outro lado, também tomámos conhecimento de que naquela unidade os trabalhadores da limpeza foram substituidos com recurso a empresas externas porque não encontram quem lá queira trabalhar, tal o clima que ali se vive.

Por detrás disto está uma responsavel, que tem o director executivo manietado e que faz o que muito bem quer e entende como se fosse ela a "dona" da instituição.

Esquece a senhora que todas as instituições têm regras e a sua função é cumprir e fazer cumprir, mas com modos que não afectem o bom serviço a prestar aos utentes. Deve a senhora ter em conta que a unidade de internamento foi construida com dinheiros publicos e que o seu funcionamento também depende dos dinheiros publicos, embora os utentes, salvo poucas excepções, estejam obrigados a pagar quantias tão elevadas que a generalidade dos reformados não conseguiria fazer.

A senhora em causa parece padecer de maus figados. Em tempos passados chegou mesmo a tratar uma funcionária de cor por preta, numa atitude racista e reveladora da sua verdadeira natureza, pelo que não espanta a forma como lida com trabalhadores e utentes.

Competia à Segurança Social fiscalizar o que ali se passa, mas parece existir uma grande promiscuidade entre as duas instituições, ou melhor dizendo, entre funcionarios delas, branqueando o que ali se passa.

Quem cuida dos nossos idosos? 

domingo, 6 de novembro de 2022

RIA FORMOSA ABANDONADA, POLUIDA E COM GRAVES PROBLEMAS

 Há muito tempo que não dedicávamos umas linhas à nossa Ria Formosa, mas os recentes acontecimentos obrigam-nos a uma tomada de posição.

Soubemos que uma brigada do SEPNA esteve presente junto ao Cais T e teve oportunidade de verificar in locco uma descarga. Falta saber qual o resultado da constatação, mas acreditamos que como de costume nada seja possivel apurar.

Entretanto assiste-se a uma elevada mortandade de bivalves, na ordem dos 70%, sejam de ameijoas ou de ostras, faltando apurar as causas. Será uma questão patologica? Será a presença do virus do herpes da ostra? Será da poluição dos esgotos? Será das escorrências superficiais da agricultura?

A verdade é que as diversas entidades que tinham a responsabilidade de se pronunciar, estão em silencio. O IPMA não diz nada, mas também sabemos por experiencia propria que a pronunciar-se será pelas escorrências superficiais da agricultura, como é costume. A APA desconhece a situação embora estivesse obrigada a saber do destino dado às cascas das ostras mortas. O CCMAR nada diz. 

E os produtores estão calados porquê? Haverá algum outro negocio por detrás da morte dos bivalves?

Uma coisa é certa, a Ria agoniza e nada se faz para a defender. Isso obriga-nos a uma reflexão já antiga.

As areias na costa algarvia movimentam-se tendencialmente de poente para nascente. Com a artificialização da costa como a construção dos molhes das barras, principalmente os da barra Faro/Olhão, os esporões de Quarteira, as areias acumulam-se no lado poente daquela estruturas, impedindo a passagem das areias.

Sabendo dos impactos negativos e permanentes das estruturas, necessárias diga-se em abono da verdade, era necessário introduzir medidas mitigatórias, sendo o exemplo mais flagrante o que se passa na Barra da Armona.

A barra da Armona tinha uma abertura de 3.500 metros, estando nos dias de hoje quase fechada. Qualquer pessoa compreenderá que esta situação não permite a renovação das aguas no interior da Ria. Para alem disso, durante a maré vazante, a pressão da corrente vai levando as areias à medida que se aproxima da saída, a barra Faro/Olhão, pelo que se torna necessario a dragagem da barra da Armona, não só para a afundar como em largura, repulsando as areias dragadas para cima da Ilha à qual pertencem, a da Culatra.

Bem sabemos que, em principio, deveriamos deixar a natureza trabalhar mas também entendemos que foi a artificialização da Barra Faro/Olhão que esteve e está na origem do problema criada na Armona.

Enquanto não houver uma intervenção de fundo, enquanto não houver ma renovação de aguas suficiente, vamos assistir a elevadas mortandades de bivalves.

Porque se cala a Câmara Municipal de Olhão? Será que o seu gabinete para a Ria só serve para pedir subsidios?

Quem cala consente!