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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

OLHÃO: OUTRA VEZ A QUINTA JOÃO DE OURÉM

 

Na sequência das ultimas publicações trazemos hoje a nossa visão quanto ao que se prepara na Quinta João de Ourém, porque os antecedentes não deixam prever boa coisa.
Na realidade a Câmara Municipal de Olhão aprovou a construção de cerca de 110 fogos a mais do que o PDM permitia, o que obrigou a uma posterior elaboração e aprovação de um Plano de Pormenor para regularizar as "asneiras" para não dizer outra coisas, da autarquia,
No que resta da Quinta João de Ourém nem a agricultura intensiva era permitida para proteger o aquifero Chão de Cevada-Quinta João de Ourém, o qual constituia uma reserva de agua em caso de escassez. Mas outros poderosos interesses se sobrepõem agora.
Aquilo que resta da Quinta João de Ourém são 64 hectares, o equivalente a 64 campos de futebol. O proprietario generoso cede ao Municipio cerca de 20 hectares para nele construir o complexo desportivo do Sporting Clube Olhanense e cerca de 400 fogos a custos controlados.
Porque o documento dos termos de referência não deixa prever qual a capacidade construtiva, mas tendo em conta que, para o Plano para o Parque de Inovação e Tecnologia, quase cola com o da Quinta João de Ourém é solicitado o indice de construção de 1,0, tudo leva a crer que neste caso irá acontecer o mesmo.
Tirando ao total de 64 ha os 20 que será cedidos ao municipio ficam ainda 44 ha ou seja 440.000 metros quadrados.
Da aplicação do indice de construção 1,0, significa que poderão ali ser construidos 4.400 fogos, se tiverem em média 100 m2.
Mas mesmo que venha a ser definido um indice mais baixo, de 0,65, ainda assim será possivel construir cerca de 2800 fogos.
Como se pode imaginar está um empreendimento de centenas de milhões num local onde nada se podia construir. Palavras para quê? Que cada um pense o quizer!
Se juntarmos a estes fogos os a custos controlados, então teremos entre os 3200 e os 4800 fogos.
É a impermeabilização do aquifero vindo da parte de quem se intitula de grande defensor do ambiente, mas que não respeita as espécies ali existentes.
Por outro lado, e tal como se diz nos termos de referência, a Variante Norte à 125, uma Variante com apenas uma faixa para cada sentido, cola a Norte com este Plano de Pormenor e desde logo se prevê o que vai acontecer com o transito naquela zona.
É bom não esquecer que quase pegado, vai surgir o tal Parque de Inovação e Tecnologia, adensando ainda mais as péssimas perspectivas para quem tenha de circular pela Variante em hora de ponta.
Por agora vamos deixar o Parque Tecnologico para outro dia.
Costuma o Povo dizer que a esmola quando é farta é caso para desconfiar e neste caso vamos do zero ao cem!

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