O País atravessa uma fase muito crítica no que diz respeito à criminalidade violenta. Ninguém se sente seguro e não é por meterem (pontualmente) mais polícias na rua que vão conseguir transmitir, aos cidadãos, um clima de maior segurança. O Porcurador Geral da República propôs algumas medidas que pecam por insuficientes e não ataca o problema na raíz. Há alguns tabús por parte da classe política em abordar de frente esta questão.
De pequenino se torce o pepino. Em Olhão, já temos visto bandos de jovens a agredirem outros jovens. Tudo jovens que pelas idades (com a actual legislação) não podem ser imputados. Na maior parte dos casos, são jovens que se juntam aos fins de semana, para se divertirem e também para descarregarem as suas frustrações e a violência. Quem lhes dá o dinheiro para as cervejas ou para o "charro"? É uma fase critica da adolescência que temos. Mas será que desresponsabilizando, descriminalizando estes jovens, a maior parte com mais de 15 anos de idade que atenuamos a violência?
O fenómeno é mais vasto. Não são só os jovens. Os jovens são uma pequeníssima parcela do que por aí anda. O fenómeno tem a ver, também, com a globalização, a "importação" de mão de obra mais barata e sem condições dignas, abrindo caminho às máfias que traficam carne humana, principalmente dos Brasil e dos países de leste. Em todo o lado há gente boa e gente má e não podemos tomar todos por uma minoria e este minoria também não pode constituir-se em tabú.
O carjacking e o homejacking são uma caraterística do Brasil (perdoem-me os brasileiros sérios, a esmagadora maioria, e que infelizmente, no seu país, também tem que viver com esta praga). Este tipo de crime cresceu substancialmente à medida que a protistuição oriunda do Brasil foi engrossando e com o lúmpen que ela transporta. É uma triste constatação. Já os assaltos às carrinhas de transportes de valores e os assaltos a bancos estão mais identificados com as máfias de leste. Mas, a exemplo do que se passa com as redes de exploração de mulheres oriunda do Brasil, o mesmo se passa com as redes de exploração de mulheres oriundas do leste. A prostituição transporta consigo os proxenetas, gente, que na maior parte dos casos, a contas com a justiça.
Por outro lado, as prisões cada vez oferecem melhores condições ( e bem) à população prisional. Hoje até já cumprem as penas em casa, com a família. Uma forma estranha de pagar o mal que fazem à sociedade...A prisão preventiva esfuma-se num instante e com os recursos aos recursos previstos no código penal lá se vão libertando uma série deles e aliviando as prisões, quando as penas deveriam ser mais pesadas, que a população prisional sentisse que de facto estava a pagar pelos crimes cometidos. Como está, mais parecem umas férias que um castigo e as vítimas acabam por ter menos direitos que os arguidos...
A democracia enferma de alguns excessos. Ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém, é uma máxima da democracia. Mas até que ponto? Será que não estamos na altura de discutirmos se em determinados casos, em casos muito específicos, se se deve ou não aplicar a prisão perpétua e até mesmo a pena de morte?