As imagens acima, reportam parte do protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal de Olhão e a Agência Portuguesa do Ambiente.
Estava previsto serem realizadas duas monitorizações em Novembro e Janeiro últimos, das quais desconhecemos os resultados porque o presidente da câmara Municipal de Olhão as não entregou, numa atitude clara de esconder a realidade.
Como se pode verificar, a maior parte das amostras apresentam valores de contaminação acima do método analítico.
É de notar que estas duas monitorizações ocorreram no Inverno e no Verão, mas desconhece-se em que ponto do maré o fizeram, algo que não deixaria de ser importante para uma mais correcta avaliação dos pontos de descarga, embora os resultados entrem em contradição com aquilo que tem vindo a declarar António Pina, o presidente da autarquia.
Lamentavelmente apenas é apurada a contaminação fecal, deixando de fora a avaliação para aguas piscícolas, conquicolas ou balneares. A contaminação fecal apenas tem interesse para a classificação das zonas de produção.
Toda a Ria Formosa está classificada como zona de produção conquicola, pelo que é estranho que as outras câmaras da região não sejam chamadas a pronunciar-se sobre esta matéria quando sabemos haver esgotos directos também em Faro e Tavira, embora se perceba que a maior zona de produção esteja na área de intervenção da Capitania de Porto de Olhão.
Por outro lado, estranho, estranhíssimo, é o facto dos interessados não estarem representados nestas reuniões através das suas organizações de classe. Ou talvez não seja tão estranho assim!
É que de há muitos anos a esta parte que assistimos à inversão de valores, à adulteração de conceitos, por forma a satisfazer a classe dominante. Na verdade são as pessoas que fazem a economia e não o inverso. Apostar no desenvolvimento económico em detrimento do desenvolvimento humano, é próprio de uma classe possuída pela ambição e ganancia, a pretender o sol apenas para si, não o repartindo por todos.
Assim, os novos exploradores, pensam tomar conta da Ria, para a explorarem como entenderem, nem que para isso tenham de correr com aqueles que têm décadas de trabalho na Ria.
Nesse caso está o Pina, que há meia dúzia de anos tem um viveiro de ostras, com ocupação ilegal de terras do Domínio Publico Marítimo, mas que quer mais e mais, nunca se dando por satisfeito.
Esquece o Pina e omitem as demais entidades intervenientes, que a produção intensiva de ostras, criará uma grande competição entre ostras e ameijoas pelo alimento e oxigénio; nessa competição, e de acordo com a Lei da Natureza, as espécies mais frágeis acabam por sucumbir e nesse caso está a ameijoa, já em apuros por causa da poluição.
E não se pense que estamos contra a produção de ostra, mas somente a dizer que devem existir áreas separadas para evitar aquela competição. Afinal a Ria tem quase sessenta quilómetros de comprimento, havendo espaço para todos. Mas na zona de Olhão, deve prevalecer a produção de ameijoa, já que é a zona da Ria Formosa com melhor aptidão para a sua produção.
Os representantes dos produtores devem vir a terreiro tomar posição e exigir participar nestas reuniões e apresentar propostas capazes de devolver à Ria todo seu potencial.
A Ria Formosa è a Auto-Europa do Algarve!
As políticas publicas devem fazer-se para as pessoas e com as pessoas! Esta é uma frase transversal a todo o leque partidário, mas apenas na hora de fazer algum charme porque depois disso, as pessoas deixam de contar.
Quem é o Pina para se substituir aos viveiristas?
REVOLTEM-SE, PORRA!
Não!! A Ria Formosa não é a Auto Europa, antes fosse. Na Auto Europa há competência,sentido de responsabilidade, participação séria no encontrar as melhores soluções que sirvam o interesse comum. A MAFIA quer transformar, por todas as formas, a Ria Formosa numa prostituta de alto rendimento. Pior que os maus é o silêncio, a passividade, a resignação dos bons.
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